smartphone da pessoa com quem esteve regista um ou
mais códigos aleatórios emitidos pelo seu dispositivo. Caso
venha a identificar-se como infetado pela Covid-19, irá
receber do médico um código único para introduzir na
aplicação. Depois de introduzir o código fornecido pelo
médico, que atesta que tem Covid-19, a aplicação Stayaway
Covid vai comunicar com um servidor central (instalado
na Imprensa Nacional – Casa da Moeda), partilhando os
identificadores aleatórios (e anónimos) que difundiu nos
últimos 14 dias. Na secção de Perguntas Frequentes da
app, é dito que “estes dados são meros identificadores
aleatórios sem qualquer afinidade com os telemóveis, nem
os seus utilizadores”. Por sua vez, os smartphones dos
outros utilizadores ligam-se uma vez por dia ao servidor
central à procura de uma correspondência entre os códigos
de alguém que tem Covid-19 com os códigos aleatórios
armazenados no smartphone. Quando a Stayaway Covid
encontrar uma correspondência, avisará o utilizador de
que esteve em contacto com alguém que tem a doença.
Mas em nenhum momento do processo é revelada a iden-
tidade do utilizador.
Os códigos aleatórios emitidos são guardados?
Sim. Os códigos aleatórios emitidos são armazenados no
seu smartphone e no das pessoas com quem esteve em
contacto (e também têm a aplicação a funcionar). Mas em
qualquer um dos casos, os códigos com mais de 14 dias de
existência são eliminados. Já o identificador único diário
é eliminado ao fim de 24 horas.
É guardada mais alguma informação?
Sim. A data, duração e distância estimada do contacto
entre utilizadores da Stayaway Covid também é guardada
durante 14 dias.
A Google e a Apple têm acesso a dados da Stayaway
Covid?
Não. A aplicação Stayaway Covid tem por base um sistema
de notificações de exposição desenvolvido pela Apple e
pela Google, conhecido por GAEN. Apesar de terem de-
senvolvido uma parte importante do sistema que permite
à Stayaway Covid funcionar, ambas as empresas subli-
nham não terem acesso a qualquer dado. “O sistema foi
desenhado para que a Apple e a Google não tenham acesso
a informação relacionada com qualquer indivíduo iden-
tificável”, lê-se no documento de perguntas e respostas
das tecnológicas.
A Stayaway Covid usa informação do GPS?
Não. No sistema operativo Android, como já explicou o
INESC TEC, responsável pelo desenvolvimento da app, a
utilização da ligação Bluetooth Low Energy também obriga
à ativação do sistema de geolocalização do smartphone (é
uma característica do sistema operativo). É por isso que
quando usa a Stayaway Covid, pode receber um aviso da
necessidade de ativar o serviço de localização. Apesar deste
facto, a Stayaway Covid não usa dados de geolocalização
para funcionar. “A aplicação não rastreia a localização do
utilizador, nem usa serviços de geolocalização”, lê-se na
página oficial da aplicação. Uma garantia também dada
pela Apple e pela Google: “O Sistema de Notificações de
Exposições não partilha dados de localização do disposi-
tivo do utilizador com as entidades de saúde, a Apple ou
a Google”.
A Stayaway Covid tem acesso a funcionalidades do
meu smartphone?
Sim. Segundo as informações disponíveis na página oficial
da aplicação nas lojas de aplicações da Apple e da Google,
a Stayaway Covid tem acesso às redes de comunicação
(Wi-Fi e dados móveis) e ao Bluetooth para poder funcionar
- a ligação à internet tem como objetivo a comunicação
com o servidor central. Além disso, são também dadas
permissões para que a aplicação execute quando o smar-
tphone é ligado e para prevenir que o dispositivo entre
em suspensão completa (para poder continuar a emitir os
códigos, mesmo quando está com o telefone bloqueado).
Os dados gerados pela aplicação são partilhados
com alguém?
Não. A Direção-Geral da Saúde é a entidade responsável
pelo tratamento de dados gerados pela aplicação Stayaway
Covid. Segundo os Termos de Utilização da aplicação, “em
circunstância alguma esses dados serão partilhados ou
vendidos a terceiros”. A Apple e a Google também adiantam
que “a identidade do utilizador não vai ser partilhada com
outros utilizadores, com a Apple ou com a Google como
parte deste processo”
Se for obrigatório usar a aplicação, o Governo vai ter
acesso aos dados da minha app Stayaway Covid?
Não. O sistema foi desenhado para garantir o anonimato
de identidade e localização dos utilizadores. A possível
obrigatoriedade de uso, em casos específicos (o uso obri-
gatório ainda terá de ser aprovado pela Assembleia da
República), não muda a forma de funcionamento da app,
apenas o enquadramento legal da mesma.
O funcionamento da Stayaway Covid é totalmente
transparente?
Não. Apesar de o código-fonte da aplicação estar dis-
ponível de forma pública, a componente GAEN, de-
senvolvida pela Google e pela Apple, não tem o códi-
go-fonte disponível, pelo que não é possível aferir de
forma independente o modo de funcionamento deste
componente de software.