O VERDADEIRO
IMPACTO
«O impacto real deste lançamento não é o produto em si,
é a direcção que estão a tomar». Quem disse isto foi uma
figura respeitada no mercado das previsões e análises,
não fui eu, mas não podia concordar mais.
De todo o hardware e software anunciados pela Apple
naqueles eventos que nos deixam alguma saudade de
apresentações passadas (onde o esfuziante entusiasmo
e paixão pelos produtos fazia tanta diferença, mesmo que
apenas de um ponto de vista cénico), o mais importante é que
a Apple está a juntar debaixo do mesmo chapéu um conjunto
de opções técnicas e filosóficas que darão, decerto,
os seus frutos, a médio prazo.
A mudança do paradigma dos seus próprios processadores
(mesmo deixando, no caminho, um exército de pessoas que
nestas mudanças sofrem sempre os efeitos de uma estrada
irregular) é de certeza muito mais ampla que as
percentagens de potência e duração de baterias. Isso são
apenas números de marketing que não deixam, ainda assim,
de ser verdadeiramente impressionantes e que deixo
para o nosso director dissecar nas centrais (agora não me
contrariem). O que está em causa é uma aposta muito firme
numa convergência de computadores, telefones, tabelas
e relógios que serão completamente transversais para
o código que neles irá correr.
Nós, comuns mortais, não estamos habituados a ver a longo
prazo. A Apple está. Por muitas vezes (porventura, até
demasiadas) passei por situações em que, num dado
momento, eram incompreensíveis para mim e que dez anos
depois fizeram todo o sentido. Creio, com firmeza, que
estamos perante um desses capítulos: a criação de um
ecossistema que partilhe código e que possa ter vasos
comunicantes com as restantes componentes de hardware.
Sim, “vejo” um mundo de apps que, para o utilizador, serão
completamente transparentes onde quer que sejam usadas.
Vejo um mercado que é, hoje, ainda um nicho (máquinas com
4G/5G built-in) a poderem ser uma realidade muito presente.
A Apple está, rapidamente, a controlar muitos dos seus
próprios aspectos de fabrico e de uso de tecnologia. Domina
o core do sistema, domina as componentes rádio que tão
bem tem aplicado em telefones e não tenho dúvida de que
dominará (sentada numa colossal pilha de dinheiro) alguns
canais que ainda não são claramente visíveis.
Este juntar de peças tem, para mim, o mesmo destino do
iTunes para Windows: vai fazer congelar alguns infernos.
Pedro Aniceto
[email protected]
PRAIA DAS MAÇÃS
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A marca chinesa apresentou o Oppo
X 2021, um novo conceito de smartphone
com um ecrã que, em vez de dobrar, enrola
para dentro do dispositivo. Com um toque
num botão, o ecrã do X 2021 passa
de 6,7 para 7,4 polegadas e o software
adapta, de forma automática, a imagem
às novas dimensões.
Uma das funcionalidades curiosas deste
dispositivo é o facto de não estarmos
limitados a usar 6,7 ou 7,4 polegadas,
podendo definir um tamanho intermédio
para o ecrã através do software.
O ecrã OLED do Oppo X 2021 (que está
montado numa guia para lhe dar rigidez)
tem um motor integrado do lado esquerdo,
com um diâmetro de 8,8 mm, que o enrola
e desenrola à medida das necessidades;.
O chassis do smartphone é composto por
duas peças que se movem ao mesmo
tempo, para dar um melhor suporte
estrutural. A Oppo registou 122 patentes
para este projecto: doze das quais são
específicas para o sistema de motorização.
A ideia de usar um ecrã que enrola não é propriamente
nova: a LG tem uma televisão com um ecrã OLED
que enrola para dentro e para fora da sua base.
OPPO APRESENTA
IDEIA PARA
UM SMARTPHONE
COM ECRÃ EXPANSÍVEL
A empresa não deu mais detalhes sobre
o ecrã do X 2021 e frisou que este
smartphone ainda está na fase de
desenvolvimento; a marca só tenciona
comercializá-lo «quando for a altura
certa». A utilização desta tecnologia
em smartphones coloca, contudo, desafios
mais complicados de ultrapassar,
principalmente no que respeita
à resistência estrutural e à durabilidade. P.T.
TIKTOK REVELA NOVAS OPÇÕES
DE CONTROLO PARENTAL
O TikTok está a adicionar uma série de novas
ferramentas para os pais controlarem a app
nos smartphones dos filhos. Entre as
novidades estão o bloqueio de determinados
termos, utilizadores e pesquisa de hashtags,
bem como a possibilidade de limitar quem
pode comentar os vídeos de curta duração.
É ainda possível restringir a descoberta de
conteúdos e evitar que outras pessoas vejam
os vídeos de que os filhos gostaram.
A rede social lançou os controlos parentais
no início deste ano, quando fez o lançamento
da funcionalidade ’Family Pairing’, em que
a conta de um utilizador adolescente está
ligada à de um adulto. O primeiro conjunto
de controlos surgiu após o TikTok ter sido
multado, em 2019, pelas autoridades
norte-americanas, por violar a privacidade
das crianças ao recolher dados das mesmas
e permitir que os menores partilhassem
a sua localização. M.F.
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