OS 2%
Os putos já não querem ser astronautas, só
querem ser estrelas. Do YouTube. Desculpem,
sou uma pessoa avançada na idade: do
TikTok. A vontade de ser famoso é perfeitamente
normal, só que, se antes essa fama vinha de ser
actor, músico ou desportista, agora é a fama pela
fama. Obrigado, Kim Kardashian.
A democratização dos mecanismos de produção
de conteúdo e a sua facilidade de distribuição
(tradução: ‘toda a gente tem um smartphone com
câmara e apps de redes sociais’) dão a ideia de
que é fácil criar um público. Mas, como qualquer
youtuber ou influencer de sucesso poderá
dizer, a luta é constante.
A Natureza do meio não permite um minuto de
descanso, porque a competição pela atenção
é feroz e a atenção é que paga as contas.
Este público não paga a entrada no circo porque,
na realidade, são o alimento das feras. Mas como
explicar isso aos 30% dos miúdos entre os oito
e os doze anos (dados roubados do artigo
Building the Middle Class of the Creator Economy
de Li Jin) que sonham ser youtubers ou tiktokers?
Se não resultou com os aspirantes a actores
que servem à mesa em Hollywood, não irá
resultar agora.
Os números são duros: apenas 2% dos criadores
de conteúdos no Patreon fazem mais que
o salário mínimo americano e os músicos
no Spotify precisam de 3,5 milhões de streams
para ganhar o mesmo (dados, idem). Por cada
Wuant há milhões de youtubers que não passam
da meia dúzia de seguidores. Se o futuro se
mede pela ambição dos jovens, esta geração
preocupa-me.
Estes “criadores” (salvo raras excepções)
apenas criam irrelevância. Servem para distrair
o público enquanto as feras afiam os dentes.
É a denominada ‘economia da atenção’.
Os miúdos devem usar os seus canais nas
redes, para desenvolver novas competências
e expressar a sua criatividade, sim. Mas não
alimentem sonhos de fama. Ser famoso porque
sim é igual a zero.
O sonho de ser estrela das redes faz-me lembrar
uma piada sobre startups: só duas em cem é que
fazem dinheiro. «E isso tem piada?», perguntam
vocês. 98% das vezes, não.
Alex Gamela
@alexgamela
O QUE VEM
À REDE
PHILIPS, HEINEKEN, NOURYON E SIGNIFY
JUNTAM-SE EM NOME DO AMBIENTE
Estas quatro empresas aliaram-se num
consórcio pan-europeu, cujo objectivo
é impulsionar o aumento da produção de
electricidade renovável. Philips, Heineken,
Nouryon e Signify uniram esforços para apoiar
o desenvolvimento de um parque eólico de 35
turbinas no município de Mutkalampi, na
Finlândia, com conclusão prevista para 2023.
As empresas comprometeram-se a contratar
a electricidade renovável do parque durante
os primeiros dez anos, através de um Acordo
de Compra de Energia (PPA) virtual que cobre
um volume de produção previsto de 330 GWh
por ano. Isto é equivalente ao consumo de
electricidade de quarenta mil habitações
e ajudará a evitar a emissão de mais de 230 mil
toneladas de CO2 por ano. Em comunicado, as
empresas revelaram o destino desta energia:
«A Heineken vai obter electricidade renovável
para 31 das suas operações de produção de
cerveja na Europa; a Nouryon continuará os
seus progressos na redução das emissões de
CO2 em 25% até 2025; a Philips assegura
o fornecimento de electricidade renovável para
alimentar as suas operações europeias durante
um período de dez anos; e a Signify solidifica
a sua posição de liderança na utilização de
electricidade 100% renovável e duplica o ritmo
para alcançar o Acordo de Paris, na sua cadeia
de valor, até 2025». M.F.
A indústria de PC terminou o ano passado com
um desempenho que já não tinha há muito
tempo. A pandemia pode ter trazido a ruína
a vários sectores, mas para os fabricantes de
computadores, 2020 foi um ano de claro
crescimento. De acordo com a Canalys, as
vendas de PC cresceram 25% no quarto
trimestre, em relação ao mesmo período de 2019.
No que diz respeito ao ano de 2020, um
recorde de 90,3 milhões de desktops, portáteis
e workstations foram vendidos. As remessas
aumentaram 11% ao longo do ano para um
total de trezentos milhões de unidades, o que
representa o maior crescimento para o mercado
de PC desde 2010 e o seu maior volume desde
2014, diz a empresa de análise de mercado.
Destaque para os portáteis, que corresponderam
a 79% das vendas e que são os grandes
responsáveis pelo crescimento do sector, a par
das workstations, já que a categoria de desktops
registou um declínio de 20% durante o ano.
Quanto a fabricantes, a Lenovo continua na
liderança com 24, 5% da quota de mercado,
seguida pela HP (22,8%) Dell (16,9%), Apple
(7,6%) e Acer (6,7%). De realçar que as últimas
duas marcas foram as que mais cresceram:
a Apple conseguiu aumentar as suas vendas em
16,6 % em relação a 2019 e a Acer em 17,4%. M.F.
ANO DE 2020 FOI O MELHOR PARA O MERCADO
DE COMPUTADORES NA ÚLTIMA DÉCADA
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