Clipping Banco Central (2021-02-27)

(Antfer) #1

Presidente do BB coloca o cargo à disposição


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
sábado, 27 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

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Autor: ADRIANA FERNANDES, MARCELO DE
MORAES e MURILO RODRIGUES ALVES


O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, avisou
o presidente Jair Bolsonaro que colocou o cargo à
disposição, o que deflagrou uma corrida política pela
sua vaga. Brandão deu "carta branca" para a escolha do
seu substituto, já que não houve entendimento entre ele
e Bolsonaro desde quando o presidente criticou o plano
de enxugamento de agências e corte de pessoal do
banco. Nos bastidores, a "fritura" de Brandão continuou
mesmo após Bolsonaro ter sido convencido pela equipe
econômica em mantê-lo.


Oficialmente, o banco afirmou a investidores que não
houve pedido de renúncia de Brandão. Embora a saída
não seja confirmada e não tenha ainda data para
ocorrer, a disputa pelo posto movimenta alguns dos
principais grupos políticos da Esplanada.


Integrantes da ala militar gostariam de ver no cargo o
atual secretário executivo do Ministério da Cidadania,
Antônio Barreto Junior, que pode deixar o posto com a
posse do novo ministro João Roma. Ele é funcionário de


carreira do Banco do Brasil e também foi secretário
executivo da Casa Civil.

Na equipe econômica, a movimentação é em torno de
deslocar o presidente do BNDES, Gustavo Montezano,
para o BB. Além de ter passado pela presidência do
BNDES substituindo Joaquim Levy ainda no primeiro
ano do governo, Montezano também é amigo do
ministro Paulo Guedes e dos filhos do presidente Jair
Bolsonaro.

Dentro do banco, o nome do vice-presidente de
agronegócio e governo, João Rabelo Júnior, também é
bem visto internamente e tem simpatia de integrantes
da bancada do agronegócio. Outro nome que está no
radar é o do presidente do Banco de Brasília, Paulo
Henrique Costa, que tem apoio do governador do
Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e do Centrão.

Desde a semana passada, quando o presidente Jair
Bolsonaro demitiu o presidente da Petrobrás, Roberto
Castello Branco, e ameaçou com novas mudanças do
tipo "tubarão e não bagrinho", os olhos se voltaram para
André Brandão. O presidente do BB já tinha sido
demitido extraoficialmente por Bolsonaro, que depois
recuou da decisão. No rastro da Petrobrás, os aliados
políticos do presidente aumentaram a pressão.

Segundo apurou o Estadão, uma nova movimentação
em torno da saída de Brandão começou nessa sexta-
feira, logo no início da manhã, depois que começaram a
circular informações de que ele sinalizou a intenção de
deixar o cargo ao presidente do Banco Central,
Roberto Campos Neto. O presidente do BC é amigo de
Brandão e padrinho da indicação do seu nome para a
presidência do BB.

Assessores de André Brandão no BB contam que a
gestão dele no banco ficou fragilizada desde o episódio
com o presidente Bolsonaro por conta da política de
fechamento das agências, que recebeu críticas de
políticos bolsonaristas.
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