Tal é Agapè, o dom da Graça e o dom da Vida, que não
precisa nem de apoio nem de expressão. Este é o regozijo,
esta é a finalidade do que não tem fim e que jamais começou,
e que escapa a qualquer definição ou sonho, e que só pode ser
vivido em sua totalidade.
Agapè, o que vocês são em verdade, põe fim ao significado e
à ideia de ser um personagem ou uma forma, pertencente a
um determinado mundo, ou a uma determinada origem.
A Vida te convida, em tua vida, qualquer que seja, a ser essa
beleza, não dependente de uma plástica, nem de uma
palavra, nem de um olhar, mas simplesmente de tua
disponibilidade no coração do momento presente.
Neste acolhimento irreprimível da Vida, revela-se a vossa
Verdade, comum a todos, na mesma igualdade, não
conhecendo nenhum limite, nenhum quadro e nenhuma
definição, lá onde tudo se dá e onde tudo é dado, em
abundância e profusão.
Agapè dentro de ti, Agapè fora de ti, onde compreendes que
não há nem exterior nem interior, e onde há o milagre
permanente da mesma coisa, que não pode ser definido, que
não pode ser fechado, que não pode ser idealizado. Porque
Agapè é simplicidade, e também evidência. Evidência de
vida, pondo fim ao sonho, pondo fim a qualquer falta, bem
como a qualquer questionamento.
No coração do Coração, como no coração de cada célula
deste corpo perecível, está inscrita a mesma Verdade. Onde o
silêncio preenche espaço e tempo, muito mais do que formas
e muito mais do que palavras.