Lá onde nenhuma resistência ou reticência pode ser
levantada ou evocada, lá onde o silêncio apaga a ilusão do
tempo, como a ilusão do espaço e da forma.
Você, que é Eu, como cada um.
Lá onde quaisquer que sejam as diferenças, elas não podem
se manter, nem mesmo subsistir.
Este é o dom da Graça, onde nada pode ser distante,
separado, aumentado, dividido ou multiplicado.
Eu te convido a te reconhecer, para além de toda a história e
sentimentos.
Esta é a verdade, esta é a tua verdade, lá onde o sonho já não
tem consistência, lá onde o sonho já não tem densidade, nem
mesmo forma.
Lá onde você não pode mais qualificar nada, onde tudo é seu
nome, onde você é cada sonho, cada forma, cada mundo, lá
está a Graça do teu dom, da tua vida à Vida, onde você está
pleno, sem qualquer complacência e sem qualquer desvio.
Lá onde você está inteiro porque nada pode ser removido,
porque nada pode ser contado.
Lá onde o tempo já não passa, onde não há distância, onde
só permanece a magnificência da tua evidência, no coração
do teu coração. O coração que dança a mesma dança e canta
o mesmo silêncio.