Dragoes - 202005

(PepeLegal) #1

REVISTA DRAGÕES MAIO 2020


O HOMEM-GOLO
Por vezes vemos atletas a atingir o pico
da forma no início da época, outras
vezes no fim, mas Gonçalo Alves não
pertence à normalidade. Desde o apito
inicial no primeiro jogo da temporada
até ao apito final do último encontro, o
avançado não parou de deliciar cada
adepto do FC Porto que o viu ao vivo
ou acompanhou os jogos através da
televisão. Rápido, certeiro, eficaz e
imparável, o camisola 77 fez golo
atrás de golo e estava, até à paragem, a
realizar a melhor época da carreira.
Desde já, marcou a todos os adversários
no campeonato. Nenhum lhe escapou,
quer seja de bola parada ou em lance
corrido. No total, Gonçalo Alves apontou
51 golos em 19 jogos, o que equivale a
uma média de 2,7 remates certeiros por
jogo. Em comparação, na época passada
fez “apenas” 41 em todas as 26 jornadas
disputadas. Um registo impressionante
do atual campeão do mundo, que
afirmou, em entrevista à última edição
da DRAGÕES, ter apenas um sonho: “Ser
campeão europeu de azul e branco”.
Esse desejo fica adiado por mais um ano,
mas Gonçalo Alves não perdeu tempo
em deixar a sua marca também na Liga
Europeia, com 10 golos em cinco jogos,
numa competição em que o FC Porto já
tinha garantido um lugar de destaque.


A RITMO EUROPEU
Os azuis e brancos são sempre
candidatos a conquistar a
competição mais conceituada de
clubes de hóquei em patins, prova
disso são as constantes presenças
na fase final da Liga Europeia
nos últimos anos. Foi com esse
estatuto de candidato que os
Dragões arrancaram logo com duas
goleadas. O FC Porto estreou-se
na Invicta com uma vitória por
10-1 frente ao Monza, com cinco
golos de Giullio Cocco, antes de
viajar até à Suiça e bater o Biasca
por 12-1, na segunda jornada, numa
partida em que Carlo Di Benedetto

e Poka fizeram um hat-trick cada.
Os portistas acabariam por
perder um dos cinco jogos
disputados, em casa do Noia,
mas estavam na liderança do
grupo B e com a qualificação
garantida para os quartos de final,
com 12 pontos, mais dois do que
os espanhóis. A suspensão das
competições deu-se dias antes
dos azuis e brancos realizarem a
última jornada da fase de grupos,
na qual recebiam o Biasca: 32
golos marcados e apenas 12
sofridos era o registo do FC Porto
na competição, que não terá
vencedor esta temporada.

REVISTA DRAGÕES MAIO 2020

A LUZ AO FUNDO
DO TÚNEL
Os últimos três meses abalaram
a vida das pessoas e a pandemia
trouxe mudanças a todos os
níveis. O mundo do desporto
não foi exceção e os atletas
tiveram de se adaptar, treinando
em casa e ansiando por um
regresso rápido à competição.
Não foi isso que aconteceu e a
competição ficou adiada, pelo
menos, para a próxima temporada.

O FC Porto fez por alegrar os
adeptos uma última vez, goleando
o Óquei de Barcelos por 12-3,
naquela que seria a última jornada
a ser disputada no campeonato. Os
Dragões estavam no quarto lugar,
a sete pontos do líder. Na Taça
de Portugal, os portistas estavam
nos oitavos de final, depois de
ultrapassarem a Escola Livre
de Azeméis (7-0) e a Juventude
Pacense (12-2), dois triunfos
conseguidos fora de portas.

Não foi uma época perfeita, nem
terminou como o FC Porto queria.
Os Dragões conquistaram o único
troféu integralmente disputado,
a Supertaça, estavam lançados
na Europa e tinham sete longas
jornadas para recuperar o
primeiro lugar. Ainda havia muito
para conquistar. No final, ficou
a saudade, talvez maior do que
aquela que os jogadores sentiram
no início da época. Saudade de
competir. Vontade de vencer.
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