A equipa quer,
o adepto sonha,
a vitória acontece
Por PAULO BALDAIAC
hegamos à primavera
e continuamos na
Liga dos Campeões.
Para um clube com a
dimensão financeira do futebol
inglês, espanhol ou italiano é
quase uma obrigação, para um
clube português é uma prova
de superação. O futebol alemão,
do poderoso Bayern, e o futebol
francês, do multimilionário
PSG, ficaram pelo caminho,
mas Portugal volta a estar
representado pelo clube com
maior dimensão internacional.
Isto só é possível com um
treinador e jogadores de alto
nível. O feito da administração
é “tão só” o de saber escolher. Ter
o presidente com mais títulos
no mundo inteiro ajuda muito,
mas o passado, “sendo um livrode honra de vitórias sem igual”,
como bem lembra o hino do
Futebol Clube do Porto, só nos
motiva, não garante vitórias.
Chegamos aos quartos de
final da Liga dos Campeões,
liderando o ranking da UEFA,
com os mesmos pontos do
Barcelona e Manchester City.
Não é motivo de pressão, mas
de orgulho. A obrigação que têm
os jogadores do FC Porto é de
honrar a camisola e a história
de um clube que não se assusta
com a dimensão dos adversários,
porque em vontade de ganhar
ninguém é maior do que nós.
Fernando Pessoa, num dos
versos do Mar Português, dizia
que “Deus quer, o homem
sonha, a obra nasce”. Nós por
cá, no FC Porto, sabemos bem oREVISTA DRAGÕES MARÇO 2019
significado destas palavras. Por
isso, não há nenhuma equipa
que tenha estado mais vezes
que o FC Porto na fase de grupos
da Liga dos Campeões. Por isso,
fomos Campeões Europeus
em 1987 e em 2004. Por isso,
temos dois títulos mundiais
de clubes, uma Supertaça
europeia e duas Ligas Europa.
Tudo isto acontece a partir do
Norte de Portugal, superando as
agruras do centralismo, incapaz
de ver para lá de Lisboa. Como
na região, a menos acarinhada
pelo poder central mas a que
exporta mais bens, também o
clube é ostracizado pelo poder
e pelos media da capital, mas
não deixa de ser aquele que,
no futebol internacional, faz
com que se cumpra Portugal.“A obrigação que têm os jogadores
do FC Porto é de honrar a camisola
e a história de um clube que não
se assusta com a dimensão dos
adversários, porque em vontade de
ganhar ninguém é maior do que nós.”