REVISTA 8 - MARÇO

(MARINA MARINO) #1
Portanto, se amava Pedro, tinha o
inabdicável dever de ensinar a
melhormaneiradesecomportar,pois
se o filho não agisse dessa forma,
perderia para osoutros tudo aquilo
queomundodispunhaàvenda.
Por seu turno, Armando
alicerçavaemJúlioassuasregrasdo
bom viver. Ensinava, entre outros
valores,orespeitoparacomtodos,a
importância das amizades
verdadeiras, a postura ética
intransacionável, e o amor pela
natureza.
Júlioeraalunoaplicado.Eentre
as muitas lições aprendidas de
Armando, o amor pelas flores
representava o feedback mais
gratificante, o espelho que melhor
refletiaaafinidadeentrepaiefilho.
Aliás, justamente por ser algo
natural, espontâneo, essas
demonstrações de amor aconteciam
onde quer que estivessem, pouco
importando se outros olhos os
vigiassem e lhes endereçassem
críticasousarcasmos.Assim,durante
umpasseio,porexemplo,seArmando
visse uma linda flor, parava diante
dela,tomava-acomcuidado,sorviao
perfume,eaofereciaaofilho.EJúlio
imitava seu pai com o mesmo
entusiasmo. Depois, trocavam
impressões.

contudo, tera pretensãodeisolá-lo
dos avanços cibernéticos; apenas
que nunca relaxava quanto ao
conteúdoqueentregariaaofilho.
De outra parte, Américo
incutia no filho os sentimentosque
sempreo moveram, eque, segundo
pensava, foram a razão mesma do
seusucesso–aambiçãodesmedida
e o egoísmo travestido de
previdência. Se quisesse sempre
mais, e se pensasse em primeiro
lugar em si mesmo, tudo
conquistariaetudopreservaria.

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