formando um círculo vicioso que nunca pára, e sem ir a lugar
algum. O que é, não depende de busca e nem de causa e
efeito.
É característico do que não é, o sentimento hipotético de que
evolui, mas que também pode involuir, até porque tudo nesse
enredo é pautado na dúvida e na imperfeição. O que é, não
tem dúvida, não tem evolução e nem involução, e é sempre
perfeito.
É básico no que não é, apenas passar, morrer sempre,
perseguir e ser perseguido pelo tempo, questionar e ser
questionado o tempo todo. O que é, permanece sempre, nada
tendo de morte e nem de tempo.
Enfim, o que não é, acaba percebendo que nunca foi e nem
poderá ser. O que é, sempre foi, pois é o próprio e Único Ser.
SOBRE O ABSOLUTO
Imaginemos que tudo é fruto de uma grande emanação,
incessante, que gera tudo, desde o menor dos sussurros até ao
mais astronômico dos ruídos, desde o mais incolor ao mais
colorido, desde o sem cheiro ao mais cheiroso, desde o
indolor ao mais dolorido, desde a calma à maior das fúrias,
desde o mais ausente até ao mais presente, desde o impassível
ao tempestuoso, desde o mais harmônico dos gestos ao mais
estapafúrdio; enfim, que consigamos imaginar ser impossível
que algo se manifeste, de qualquer forma que seja, em
qualquer lugar que seja, pelo tempo que for, sem que seja