MARCIA PFLEGER
Febre que me habita
Hora de ordenar as coisas
como
miçangas daquela pulseira
arrebentada
Um a um, deixamos
o macio escaninho e a
cova escura de nós mesmos
Refizemos o mundo antes
que o sol tropeçasse
Eu pouco vejo você
nos encontros onde, hoje, todos
festejamos abraçados:
ainda evita aglomerações...
pavor de outra pandemia
Mas você me beijou num ímpeto quando
o mundo voltou a girar
(foi só comemoração – igual a foto do mariner e
da enfermeira no fim da Segunda Guerra,
no entanto, pra mim...)
Do meu note acesso
o ambiente de trabalho onde você está agora
Já não seremos colegas
lado a lado