ASCÂNIO SELEME
Banco Central do Brasil
O Globo/Nacional - País
sábado, 6 de março de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas
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NOSSO RIO 1
Para conseguir fazer algumas poucas restrições na
cidade contra o coronavírus, o prefeito Eduardo Paes
teve de enfrentar os membros do comitê científico que
ele mesmo montou quando tomou posse e do qual
participam os ex-ministros da Saúde José Gomes
Temporão e José Agenor Álvares da Silva. "O comitê
mandou manter tudo do jeito que está", disse o prefeito
um dia antes de anunciar as novas medidas. "Estou
enfrentando os cientistas", explicou Paes, referindo-se
ao comitê, no dia em que saíram as medidas.
NOSSO RIO 2
De acordo com o prefeito, o comitê só recomendaria
medidas se houvesse "alguma tendência de alta" de
episódios, o que não era o caso, segundo Paes. O
secretário de Saúde, Daniel Soranz, garantiu que 15
dias antes de qualquer medida se sabería que os casos
estariam aumentando em razão de eventos de gripe
verificados nas UPAs. Disse também que não havia
razão para fechar ou reduzir o tempo de funcionamento
de estabelecimentos comerciais porque "o Rio é a
capital com a segunda menor taxa de ocupação
hospitalar do país, atrás apenas de Aracaju".
NOSSO RIO 3
Aliás, alguém consegue explicar por que bares e
restaurantes podem ficar abertos até às 17h? Significa
que o cidadão pode se contaminar à vontade de dia,
mas de noite não? E as praias, por que ambulantes e
quiosqueiros estão proibidos e os bacanas não? Não
vale dizer que sem ambulantes vendendo água de coco
os bacanas saem logo da areia. Se for essa a
explicação, significa que a estes é dada a chance de se
infectar por uma ou duas horas, e nada mais?
NOSSO RIO 4
O secretário Soranz disse que o número de infectados
no Rio não aumentou tanto nos dois primeiros meses do
ano, que os registros do Consórcio de Veículos de
Imprensa não refletem a realidade. "Os números foram
represados na gestão de Marcelo Crivella" afirmou o
secretário. E mais. Ele acrescentou que o ex-prefeito
fechou praias e parques, como o Campo de Santana,
para economizar com gastos de manutenção.
AH, BITTAR
O senador Márcio Bittar (MDB-AC) lamentou muito não
ter conseguido garfar dinheiro de Saúde e Educação no
seu texto da PEC Emergencial. Ele foi obrigado a
desistir de acabar com as vinculações obrigatórias das
duas áreas por falta de apoio da maioria dos senadores.
Bittar disse que queria uma PEC "mais robusta, com
mais itens", mas se viu forçado a desidratar a proposta.
Sorte do Brasil e dos brasileiros.
CONTA OUTRA
Querem criminalizar a política, dizem os que tentam
defender deputados e senadores de malfeitos. Estes
normalmente ganham as causas nos tribunais
superiores quase sempre por tecnicalidades. Não