Clipping Banco Central (2021-03-10)

(Antfer) #1

Antes tarde do que mais tarde


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
quarta-feira, 10 de março de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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O presidente Jair da saúde e do bem-estar da
Bolsonaro jamais agiu de moto-próprio para promover a
preservação população no curso da pandemia de covid-
19, como a Nação já pôde perceber a duras penas.
Sempre que se viu obrigado a tomar uma decisão que
refletisse algum alívio para o pesado fardo suportado
por seus governados, Bolsonaro o fez por cálculo
político, seja porque se viu ameaçado por um
adversário, seja porque sua flagrante incompetência fez
cair seu índice de popularidade, única métrica para a
qual dá importância.


Após desdenhar por sete meses da vacina da Pfizer,
chegando a fazer troça de seus supostos efeitos
colaterais, Bolsonaro se reuniu há poucos dias com o
CEO da empresa, Albert Bourla, para tratar da compra
de 99 milhões de doses do imunizante. O encontro se
dá no momento em que Bolsonaro se vê premido pela
articulação de um "pacto nacional" de governadores,
com apoio da cúpula do Congresso, a fim de tomar as
rédeas da gestão da crise diante do descalabro da
administração federal.


Seja qual for a razão que o tenha motivado, é bom para


o País que o presidente Bolsonaro, enfim, se mostre
engajado na aquisição de vacinas. Antes tarde do que
mais tarde.

É absolutamente inaceitável ter de conviver com
recordes seguidos na média móvel de mortes diárias.
Só a aplicação massiva de vacinas pode deter a
escalada macabra da doença. Além deste objetivo, o
principal, não se pode perder de vista que não haverá
sinal de recuperação econômica sem que a população
esteja vacinada em uma escala que já permita frear a
disseminação do vírus.

"O contato de hoje foi excepcional", disse Bolsonaro,
após conversar com Albert Bourla. "Eles (a Pfizer)
entenderam a gravidade (do momento) que o Brasil
atravessa com essa nova cepa, é do interesse deles
que (a variante) não saia do local, né? Então, isso
ajudou muito na negociação." Não importa que o
presidente queira fazer crer que o laboratório teria mais
a ganhar vendendo suas vacinas ao Brasil do que o
País em recebê las. O essencial é que as vacinas sejam
aplicadas nos brasileiros o mais rápido possível.

O País caminha para terminar o mês com quase 300 mil
vidas perdidas para a covid19. Pode-se apenas
imaginar quantas delas poderiam ter sido salvas caso o
governo federal - e o presidente em particular - agisse
como se espera de um governo minimamente sério
quando se vê diante de uma emergência sanitária desta
magnitude.

A ser cumprido o cronograma divulgado pelo ministro da
Economia, Paulo Guedes, após a reunião com a Pfizer
e não pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o que
evidencia seu desgaste -, o Programa Nacional de
Imunizações (PNI) poderá contar com 14 milhões de
doses da Pfizer até junho, 30 milhões até setembro e o
restante até o final deste ano. Oxalá a compra se
concretize e o cronograma seja respeitado. O País
precisa desesperadamente de todos os imunizantes que
puder conseguir no mercado.
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