Clipping Banco Central (2021-03-12)

(Antfer) #1

PRESSÃO A MAIS PARA O BC


Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia
sexta-feira, 12 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

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Autor: CAROLINA NALIN


Uma alta de preços acima do previsto em fevereiro se
converteu em fator de pressão a mais para o Banco
Central, que define na próxima semana a taxa básica
de juros, atualmente em 2% ao ano, o menor patamar já
registrado. Em fevereiro, a inflação medida pelo IPCA,
índice oficial, avançou 0,86%, no maior resultado para o
mês desde 2016, e superou a projeção de analistas,
que esperavam alta de 0,72%, segundo a Reuters.


A taxa acumulada em 12 meses subiu para 5,2%,
patamar que praticamente encosta no teto da meta
deste ano, de 5,25%. Em fevereiro, a gasolina subiu
7,11% e representou o principal impacto na inflação.


Diante da escalada do petróleo no mercado
internacional, a Petrobras aplicou reajustes ao produto
na refinaria, e parte disso é repassado ao valor final
cobrado do consumidor nos postos. O etanol também
registrou alta de 8,06%.


A escalada do combustível teve impacto nos
transportes, que subiram 2,28% no mês. O grupo


educação avançou 2,48% no período, influenciado pelo
aumento nas mensalidades dos cursos regulares.
Juntos, educação e transportes foram responsáveis por
70% da inflação em fevereiro.

O avanço da taxa ocorre em um momento no qual o
consumidor já vinha com o orçamento pressionado pela
alta nos preços de alimentos. Apesar da desaceleração
em fevereiro, quando o grupo alimentação e bebidas
subiu 0,27%, em 12 meses, ele acumula alta de 15%,
praticamente o triplo da inflação registrada no período.
A este cenário se acrescentam pressões adicionais que
aumentam a incerteza adiante: o dólar alto e o aumento
de commodities industriais, como o aço. Isso tem
impacto sobre bens duráveis (automóveis e
eletrodomésticos).

Os sinais de pressões reforçaram a aposta de que o
ciclo de juro a 2% ao ano chegará ao fim na reunião do
Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima
semana. A questão agora é como o Banco Central vai
agir em um cenário de atividade econômica fraca,
afetada pelo descontrole na pandemia, que tomou o
Brasil o epicentro da Covid-19 no mundo. Para espantar
o risco adiante de uma estagflação - cenário econômico
que conjuga crescimento baixo e inflação alta - , parte
dos economistas já defende uma ação mais incisiva do
Banco Central, mesmo diante do risco de uma Selic
mais alta minar parcialmente o crescimento.

A situação mudou muito desde o último Copom. Não dá
para ter um aumento menor do que 0,5 ponto
percentual, dada a distância que a política monetária
está do que seria mais adequado para o momento.
Estamos com um nível de estímulo extraordinário,
nunca antes praticado com a Selic a 2% - afirmou Anna
Reis, sócia e economista da Gap Asset.

Para a economista, uma alta mais forte dos juros pelo
Banco Central pode evitar que as expectativas dos
agentes apontem para a deterioração da inflação.

Tem uma volta cíclica da economia que deve acontecer,
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