DA EXAME - Os labirintos. E as saídas
Banco Central do Brasil
Revista Exame/Nacional - Carta de Exame
quinta-feira, 11 de março de 2021
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Autor: Da Redação
A revolução nos pagamentos digitais mostra que, se
puxar os gatilhos certos, o Brasil tem enorme potencial
na década 2020
Enquanto finalizávamos esta edição da EXAME o Brasil
seguia preso em seus labirintos. Uma decisão do
ministro Edson Fachin devolveu os direitos políticos
para o ex-presidente Lula num dia, apenas para poder
ser alterada no dia seguinte por uma pauta puxada por
outro ministro do Supremo, Gilmar Mendes. Uma nova
mostra da velha insegurança jurídica que tanto
atravanca o país. No campo político, a possível
candidatura de Lula reacende a clivagem eleitoral e
tende a dificultar o avanço de pautas mais construtivas.
Não que elas sejam a tônica dos últimos anos — pelo
contrário. Mas há uma louvável exceção. A atuação do
Banco Central tem sido fundamental para uma
mudança de patamar do mercado financeiro brasileiro,
com uma leva inédita de soluções em pagamentos. É
essa revolução o tema de capa desta edição da
EXAME.
Com o avanço do Pix e do open banking, e com a
consolidação global do bitcoin e do blockchain, o futuro
do dinheiro chegou de chofre durante a pandemia de
covid-19. Eis um daqueles exemplos de que o potencial
do Brasil é imenso quando os gatilhos corretos são
puxados. Outra reportagem desta edição mostra quanto
poderíamos avançar em outra frente, a da reforma do
Estado. Nas últimas três décadas, o número de
servidores públicos brasileiros foi de 4,5 milhões para
12 milhões. O rendimento mensal dos servidores
federais é seis vezes o do trabalhador médio — e vem
aumentando. A pandemia seria uma ótima oportunidade
para cortar privilégios e reduzir o tamanho do Estado.
Nunca usamos tantos serviços públicos digitais, afinal
de contas. Mas a reforma vem sendo bombardeada até
dentro do próprio governo.
Caso abrace as pautas certas e saia do caminho de um
mercado empreendedor cada vez mais pujante, o Brasil
se credencia a ser um dos dínamos de uma década que
pode ser de reconstrução, e de uma prosperidade vista
poucas vezes na história. É o que mostra outro texto
desta edição, que relembra como as condições atuais
são semelhantes às que o mundo viveu no início dos
marcantes anos 1920. Foi a década do consumo e da
arte de massa, do jazz, do surrealismo, do cinema.
Agora estamos no início da transformação da
inteligência artificial e da energia limpa. Até uma
pandemia global é um fator em comum entre as duas
décadas. Naquele tempo, a gripe espanhola matou 50
milhões. A covid-19 já fez 2,6 milhões de vítimas fatais
— e segue sua marcha. Um país preso em seus
labirintos perde duas vezes neste momento nefasto:
prolonga o sofrimento, e atravanca o progresso.
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