Newsletter Banco Central (2021-03-13)

(Antfer) #1

CAPA - O FUTURO DO DINHEIRO


Banco Central do Brasil

Revista Exame/Nacional - Capa
quinta-feira, 11 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

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Autor: Filipe Serrano, Thiago Lavado, Gabriel
Rubinsteinn, Roberto Campos Neto, Guilherme Daora,
Laura Panc


O futuro chegou
Do PIX ao Bitcoin, uma nova relação com o dinheiro já é
realidade e traz mais eficiência, competição e
segurança


Ao longo da história, as trocas de dinheiro já foram
representadas por diversos objetos: conchas, sal,
tabaco, couro, sementes, ouro e, claro, moedas,
cédulas, cheques e cartões de crédito e débito. Só no
ano passado, as compras com cartões somaram um
recorde de 2 trilhões de reais no Brasil, o dobro de



  1. Mais recentemente, porém, uma nova evolução
    das trocas de dinheiro ganhou força. Não é preciso nem
    usar cartão. Basta abrir um aplicativo, apontar a câmera
    do celular para um código e pronto. O pagamento está
    feito. E a quantia nem precisa sair de uma conta
    bancária. Pode ser transferida de uma carteira digital
    oferecida por um número crescente de empresas.


A digitalização da moeda, que já era realidade, se
tornou ainda mais presente com a pandemia. O
crescimento das vendas online e a necessidade de ter o
mínimo de contato físico impulsionaram as trocas
digitais. Segundo estimativa da consultoria Accenture,
ao todo 48 trilhões de dólares em transações devem
migrar para o formato digital até 2030 no mundo. É uma
mudança que afeta consumidores, empresas e
investidores. Essas e outras tendências são tema desta
série de reportagens especiais. Do bitcoin ao open
banking, a forma de lidar com o dinheiro já não é a
mesma. “Quanto maior a disponibilidade de informação,
mais eficiente se torna o processo de intermediação
financeira”, diz Roberto Campos Neto, presidente do
Banco Central, em artigo exclusivo.

O maior símbolo da transformação é o Pix, sistema de
transações instantâneas. Poucas vezes se viu uma
tecnologia financeira ser adotada por tantos brasileiros
em um intervalo tão curto. No fim de janeiro, já eram
mais de 61 milhões de pessoas cadastradas no sistema
inaugurado em novembro. O que as atrai é a
possibilidade de fazer transferências ilimitadas e sem
tarifas. Em janeiro, o número de transações do Pix
ultrapassou os de TED e DOC somados. Mas o Pix vai
além das transferências bancárias. Ele busca ser um
meio tão ou mais conveniente do que o cartão ou o
dinheiro para fazer pagamentos (de pessoa a pessoa,
de pessoa a empresa ou de empresa a empresa). “É o
início de um movimento para ter menos trocas de
dinheiro em papel, o que traz benefícios para empresas
e para a economia”, diz Eduardo Bruzzi, sócio do
escritório Lima Feigelson Advogados e especializado no
tema.

Para o varejo, as vantagens são evidentes. O custo da
operação é 80% menor que o do débito. E o dinheiro cai
na conta em segundos, em vez de dias, o que ajuda no
fluxo de caixa. “O varejista recebe o dinheiro à vista,
mesmo no sábado ou no domingo, e consegue conciliar
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