Banco Central do Brasil
Revista Isto É Dinheiro/Nacional - Dinheiro da Redaçao
sexta-feira, 12 de março de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas
construção, pode desarranjar os esforços do Ministério
da Economia para colocar o caixa em dia. Ficam em
risco ajustes fiscais e de natureza administrativa — que
geram sempre resistência por parte dos eleitores. Com
o resgate dos direitos políticos de Lula, tornando-o
elegível, o panorama completo do País sofrerá mutação
e cada escolha governamental será pautada pela
variável do combate presidencial já em curso. No
mínimo, a agenda de reformas ficou comprometida.
Outra das áreas que deve sentir ainda mais a
interferência de Bolsonaro após a volta do arquirrival
Lula ao páreo presidencial é a da política de tarifas
públicas. Ninguém conseguiu ainda convencer o capitão
a não meter a mão nessa cumbuca. Ele segue
convencido de que deve adotar, abertamente, uma
intervenção forte nos preços dos combustíveis, gás de
cozinha, luz e outros sob controle do governo. Seria
uma forma a mais, ele acredita, de conquistar a simpatia
de setores incomodados com a alta do custo de vida.
No extremo, Bolsonaro pensa até em conceder
desconto no Imposto de Renda a depender da faixa de
ganhos. Técnicos da economia estão assustados com o
leque de possibilidades de aumento de custo e
encolhimento de receitas pretendido pelo capitão. Ele
não está preocupado com o fluxo de caixa, muito menos
com o questionamento sobre “de onde virá o dinheiro”.
A quem o pergunta, ele responde com o genérico
“depois a gente vê”.
Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas, Banco Central - Perfil 1 -
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