ECONOMIA - Imóveis ou papéis?
Banco Central do Brasil
Revista Carta Capital/Nacional - Economia
quinta-feira, 11 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Caderneta de poupança
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Autor: William Salasar
FINANÇAS PESSOAIS A queda dos juros estimula a
construção civil e abre novas oportunidades de
investimento
A relação é direta: quando os juros caem, sobem os
preços dos chamados ativos reais, entre eles ações,
ouro e, claro, imóveis. “Um ponto porcentual a menos
no Custo Efetivo Total (CET) do financiamento
imobiliário traz para o mercado consumidor 1 milhão de
famílias”, calcula Alberto Ajzental, professor de
Desenvolvimento de Negócios Imobiliários da Fundação
Getulio Vargas e presidente da Urbanizadora
Continental. “Com a queda da Selic (a taxa básica de
juros) para níveis nunca vistos, os poupadores veem
que não adianta deixar o dinheiro na renda fixa”,
observa o especialista em mercado imobiliário Fábio
Nogueira, criador do primeiro fundo de investimentos
imobiliários, o Brazilian Mortgages, na década de 1990.
A taxa básica sofreu uma queda para lá de expressiva
desde 2015, quando estava em 14,25% ao ano, para os
atuais 2%, redução de 11,75 pontos porcentuais.
Diferentemente do que acontece com os juros anuais
cobrados em média no cheque especial, na casa dos
320%, ou no empréstimo rotativo do cartão de crédito, a
queda da Selic é imediatamente repassada ao
financiamento imobiliário, cuja principal fonte de
recursos é a caderneta de poupança, atrelada
diretamente à taxa básica. A poupança paga 70% da
Selic mais a Taxa Referencial, que é basicamente nula
quando a Selic é igual ou inferior a 8,5%. Quando o
índice supera os 8,5%, paga TR mais 0,5% ao ano. Por
causa dessa ligação umbilical, o Custo Efetivo Total do
crédito imobiliário, que inclui todas as despesas de
contratação como tarifas, seguro, tributos e registros,
que estava em torno de 13% cinco, seis anos atrás, hoje
varia de 5% a 7%, a depender da modalidade de
financiamento. “Está-se vendendo mais porque o imóvel