REVISTA DRAGÕES maio 2016
destino: final 21
S
ão dois clubes históricos com uma longa
tradição no futebol português. Rezam
as crónicas que já se encontraram em
141 jogos oficiais, 16 dos quais na Taça
de Portugal. O FC Porto venceu 12,
perdeu três e registou-se um empate, na primeira
mão dos oitavos de final da edição de 1951/52, em
Braga. Que seria, dias depois, desfeito na segunda
mão, no Campo da Constituição, à custa de uma
exibição avassaladora dos azuis e brancos, a
condizer com o resultado: 10-1, com um poker de
Monteiro da Costa, que fazia parte de uma equipa
na qual brilhavam também Barrigana, Virgílio,
Hernâni e Araújo.
Seis anos volvidos, de novo nos oitavos de final,
o Sporting de Braga conseguia, finalmente, sair
vencedor de um jogo na prova com os portistas
como adversário. Mas a vitória em casa (3-1) não
consegue anular a desvantagem (3-0) da primeira
mão, no Estádio das Antas, à custa de dois golos
de António Teixeira e outro de Hernâni. Estava
dado o primeiro passo na caminhada rumo ao
Jamor e à conquista da segunda Taça de Portugal
do palmarés, frente ao Benfica, decidida com um
golo de Hernâni, o “Furacão de Águeda”.
Estávamos em 1958, a 19 anos de vermos FC Porto
e Sporting de Braga encontrarem-se pela primeira
vez numa final da competição, resolvida pelo
génio de Gomes, nas Antas. Corria o ano de 1977 e a
espera seria ainda maior para se assistir à reedição
do duelo. Passaram 21 anos, muita coisa mudou
no futebol português desde então, mas o que
mudou entre uma final e outra foi o palco do jogo
- desta vez, no Jamor - e o número de golos. Vitória
portista por 3-1, com o terceiro golo apontado pelo
brasileiro Artur num sensacional pontapé de
bicicleta que entrou diretamente para a galeria
dos mais belos marcados nas balizas do Jamor. Por
falar em golos belos, por que não lembrar o último
dos três de Jankauskas que construíram o triunfo
dos Dragões por 3-1 sobre os arsenalistas na meia-
final da edição de 2003/04, em pleno Estádio 1.º de
Maio? “Aproveitei um ressalto de um lance com o
Deco e rematei com o meu melhor pé, o esquerdo,
de fora da área. Apanhei bem a bola e o remate
saiu muito forte e colocado, sem hipóteses para o
guarda-redes. Acredito que foi um grande golo em
qualquer parte do mundo”, recordaria mais tarde
o avançado lituano à DRAGÕES.
Nessa altura, já o século XXI tinha chegado e o
início da segunda década traz-nos mais duas
finais entre os dois clubes, separadas por um
curto espaço de pouco menos de dois anos.
Agora, para disputar dois troféus de duas outras
competições. Em 2013, a Taça da Liga foi de penálti
para as mãos dos jogadores do Sporting de Braga. A
mais importante, a que marcou a estreia em palcos
internacionais, a da Liga Europa, foi levantada em
2010/11 pelas mãos de Helton e companhia, numa
das mais brilhantes épocas destes quase 123 anos
de vida do clube.
Zahovic segura
a segunda Taça
de Portugal
alcançada
pela segunda
vez frente
ao Sporting
de Braga
Depois do campeonato, da Liga Europa e da Supertaça, o
FC Porto terminou a época 2010/11 com a conquista da Taça