Bigode, poesia
e... futebol!
- Artur Jorge sempre passou a imagem
de um homem à prova de nervos, mas
também foi dono de um generoso bigode
que ainda hoje pertence ao imaginário
de quem recorda, por exemplo (e
sobretudo), os dias da conquista de Viena. - Em 1987, dizia: “Ser treinador do FC
Porto é ser treinador de um clube
extraordinariamente grande, com uma
força muito grande. Nesta altura é o
melhor e maior clube português.” - Sobre a relação técnico/jogadores: “Não
sou treinador de uma equipa de província.
Sou o treinador de uma equipa que
é uma das duas melhores da Europa
ou do Mundo. Não podemos falar de
relações familiares, em que vamos ali
ao lado beber um copo ou jantar.” - A afirmação de Artur Jorge não se
esgotou no futebol. “Vértice da Água”
(1983, edições O Jornal) é o livro de
revelação da veia poética do treinador,
que cursou Germânicas em Coimbra. - Na juventude, os estudos não venceram
propriamente a atração de Artur Jorge pelo
futebol, mas foram importantes. Se a vida
não o levasse pelos caminhos do desporto,
“ser diplomata” era uma ideia alternativa. - No ano de 1978, Artur Jorge viajou para
a República Democrática da Alemanha
(RDA). Em Leipzig, completou um
curso de Educação Física, diplomando-
se em Biologia Desportiva, Futebol
e Teoria e Metodologia de treino. - A primeira entrevista de Artur Jorge a um
jornal foi concedida a “O Porto”, antigo
órgão oficial do FC Porto, e publicada
em 1962. Era avançado nos infantis do
clube, aluno do Liceu D. Manuel II (onde
praticava basquetebol e andebol) e
pensava que tinha mais “queda para
Letras”. Gostava de romances policiais e
música ligeira, mas o futebol é que era.
30 anos de Viena
no Coracao do Porto
A conquista da Taça dos Campeões foi o maior acontecimento da história do FC Porto, um
terramoto de alegria e orgulho que agitou a cidade e o país. Quando passam três décadas da
vitória sobre o Bayern de Munique, o Museu FC Porto inaugura uma exposição temporária que
percorre todo o caminho dos Dragões até à final de Viena, contextualizando esse trajeto no
momento de afirmação que o clube vinha a protagonizar desde 1982. “V – 30 Anos de Viena” é
um olhar mais detalhado para os jogos, os golos e outras curiosidades da campanha portista
de 1986/87 na prova da UEFA, mas sem esquecer factos anteriores, decisivos para o FC Porto
reunir as condições necessárias ao sucesso alcançado no Estádio do Prater a 27 de maio de 1987.
Viena, vitória, valsa, vanguarda, visão são palavras e conceitos presentes no discurso desta
mostra temporária, a decorrer a partir de 22 de maio e até ao final de agosto na Sala Multiusos
e no âmbito da área temática 28., pensada para desvendar mais história dentro e, até mesmo,
fora do Museu. A exposição reúne factos, objetos e documentos do FC Porto e da coleção
privada do presidente Jorge Nuno Pinto da Costa, e será o epicentro de uma programação
muito específica e surpreendente, ao longo dos próximos meses, no Museu, onde todos os dias
é possível descobrir o troféu que mudou a história do clube e da cidade em 1987.
REVISTA DRAGÕES maio 2017
OS IMORTAIS #28
A festa em
Viena com
Teles Roxo,
diretor para
o futebol
do clube
Avançado
dos
infantis
do FC
Porto
em 1962
“Vértice
da Água”,
de 1983,
poesia
reunida
em livro
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