Dossiê Superinteressante - Edição 404-A (2019-07)

(Antfer) #1
A imagem não era grande coisa, mas impressio-
nava por ser a primeira vez que a humanidade nha
a chance de ver a metade da Lua que está sempre de
costas para a Terra. Como nosso satélite naral tem
rotação e anslação sincronizados, vemos sempre a
mesma face dele daqui. A Luna 3 revelou que a face
oculta era bem diferente, mais marcada por crateras
e quase totalmente desprovida de “mares”, as regiões
mais planas e escuras que podemos ver até mesmo
a olho nu no lado próximo.
Ene os americanos, o primeiro programa lunar
não ipulado foi o Ranger, conduzido pelo JPL (La-
boratório de Propulsão a Jato) da Nasa. O objevo
era basicamente viajar na direção da Lua e ir rando
fotos, até ombar com ela. Com a determinação de
Kennedy de levar humanos ao solo lunar, seu princi-
pal objevo se tornou fazer imagens mais próximas
de potenciais locais de pouso. Condo, a primeira
missão a enviar fotos desse po foi a Ranger 7, que
bateu na Lua em 31 de julho de 1964.
Esse contraste fazia parecer que os soviéticos
estavam muito à frente. Mas o uque aí é que, do
lado de lá da Corna de Ferro, só eram anunciadas
publicamente missões que vessem algum sucesso.
Antes da Luna 1 (que voou com sucesso, mas errou a
Lua), os soviécos haviam feito ês tentavas que ter-
minaram em falha no lançamento. Depois do sucesso
da Luna 3, houve 13 fracassos (mas só cinco números)
até a Luna 9, que em 3 de fevereiro de 1966 se tornou
a primeira nave da história a pousar suavemente na
Lua. Em seguida, em 31 de março de 1966, a Luna 10
se tornaria o primeiro satélite arficial lunar.
Os americanos, a essa alra, já estavam nos cal-
canhares dos russos. A Surveyor 1 alunissou com
sucesso em 2 de junho de 1966, na primeira de uma
série de sete missões (das quais cinco foram bem-
sucedidas). Chamou especial atenção a Surveyor 6,
que em 10 de novembro de 1967 realizou a primeira
decolagem na Lua – um salto de poucos meos –,
ouo processo fundamental se as missões ipuladas
não quisessem acabar em agédia.
Por ouo lado, a Nasa nha também o programa
Lunar Orbiter, com cinco espaçonaves que, ene 1966
e 1967, mapearam 99% da superfície lunar com re-
solução de 1 meo, permindo assim a escolha de
locais de pouso ideais para as missões Apollo.
Os soviécos prosseguiram com suas missões
não ipuladas Luna até 1976, realizando coletas de
amosas de solo (reenviadas de volta à Terra) e pe-
rambulando pela superfície com dois jipes robócos,
Lunokhod 1 e 2. Mas, fora isso, passaram as déca-
das seguintes fingindo que jamais haviam tentado
enviar seus cosmonautas à Lua e que, portanto, os
americanos avaram uma corrida cona ninguém.
Nada, condo, poderia estar mais longe da verdade.

A Terra vista da
Lua pela sonda
Lunar Orbiter 1,
em versão original
e reprocessada
digitalmente.

OS


SOVIÉTICOS


TIVERAM


GRANDE


SUCESSO


COM SUAS


MISSÕES


NÃO


TRIPULADAS,


CHEGANDO


A PILOTAR


DOIS


JIPINHOS


NA LUA.


DOSSIÊ SUPER 15

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