Dossiê Superinteressante - Edição 404-A (2019-07)

(Antfer) #1
em avidade. Mas conduziu uma missão fantásca.
Claro que houve apertos pelo caminho, como sempre
acontece. No início da jornada, o módulo de coman-
do Kitty Hawk teve dificuldades para se acoplar ao
módulo lunar Antares. A ipulação fez cinco ten-
tavas infrutíferas até que, na sexta, deu certo. Se
o problema voltasse a acontecer no retorno da Lua,
poderia ameaçar a vida dos asonautas.
Ouos soluços com o módulo lunar também ve-
ram de ser enfrentados antes da descida. Ele estava
avando sozinho no modo de aborto, o que poderia
causar problema na alunissagem. Um software teve de
ser escrito às pressas, na Terra, e enviado ao Antares,
programando o computador para ignorar o sinal falso.
E aí o pouso deu certo. Mas numa região com incli-
nação de oito graus, o que deixou o módulo “torto”.
Ao longo de duas caminhadas, Shepard e Mitchell
colheram um monte de amosas, instalaram insu-
mentos científicos e, na segunda excursão, tentaram
chegar, ladeira acima, à borda da cratera Cone, com
seus 300 meos. Após muito caminhar, a dupla pre-
feriu voltar, com medo de ficar sem oxigênio. Ima-
gens analisadas depois permiram concluir que eles
chegaram bem perto, a menos de 30 meos da borda.
Foram quase 45 quilos de rochas azidas para
a Terra e a maior distância percorrida a pé na Lua
em todo o programa Apollo: 2,7 km ao todo. Foi a
primeira vez que os asonautas usaram uma espécie
de carrinho de mão para ansportar equipamentos
e também a primeira caminhada espacial em que o
aje do comandante nha uma faixa vermelha no
capacete – desnada a ajudar a idenficar quem era
quem nas imagens. (Os ajes da Apollo 13 já nham
a mudança, mas não chegaram a ser usados.)
Também foi a primeira vez que um asonauta deu
uma tacada de golfe na Lua. Shepard “conabandeou”
duas bolas de golfe, que ele então golpeou com o
insumento de coleta da amosa de conngência.
Segundo ele, a segunda bola viajou por “milhas e mi-
lhas e milhas”, beneficiada pela baixa gravidade lunar.
As caminhadas na Lua duraram um total de 9
horas e 22 minutos, e o Antares permaneceu em Fra
Mauro por 33 horas e 30 minutos até a decolagem do
estágio de ascensão, para o reencono de Shepard
e Mitchell com Roosa em órbita lunar. A rota para
a Terra foi percorrida sem sobressaltos, e a missão
terminou no Pacífico em 9 de fevereiro de 1971.


  1. O módulo Antares desce em Fra
    Mauro, mas em terreno inclinado.

  2. Alan Shepard chega à Lua, em
    sua segunda missão espacial.


mas a avaliação foi a de que precisaria
einar mais. Por isso, Jim Lovell acabou
com a Apollo 13, e Shepard passou à 14.
Ironicamente, o local de pouso também
acabou passando da 13 para a 14.
Para os asonautas, o aperto do ano
anterior havia ficado para ás. “Estáva-
mos confiantes de que o problema havia
sido entendido e resolvido”, disse Edgar
Mitchell, em enevista concedida em


  1. “Mas temíamos que, em caso de
    falha da Apollo 14, o Congresso e o pú-
    blico parassem de apoiar o programa.”
    Era um risco real. Em janeiro de
    1970, antes do voo da Apollo 13, a Nasa
    já havia decidido cancelar a planejada
    Apollo 20. Depois do acidente, resolve-
    ram também não conduzir as missões
    18 e 19. Dava a impressão de que esta-
    vam tentando encurtar o programa para
    reduzir riscos, além de custos.
    Aos 47 anos, Shepard era àquela al-
    ra o mais velho asonauta americano


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