Diante de tamanha comoção, o grupo de engenhei-
ros e cienstas liderado por Sergei Korolev, o pai do
programa espacial russo, não perdeu o ming. Menos
de um mês depois, em 3 de novembro daquele ano,
voaria o Sputnik 2, ansportando a bordo a cachorri-
nha Laika – era a sinalização de que a União Soviéca
pretendia levar humanos ao espaço. E, de lá, poderia
sobrevoar os Estados Unidos quanto quisesse. Sem
falar que foguetes capazes de colocar espaçonaves em
órbita também poderiam ansportar com facilidade
bombas nucleares até o ouo lado do mundo, sem
grande demora ou impedimento.
O governo americano precisava responder. Por
ordem do presidente Dwight Eisenhower, o programa
de satélites foi acelerado, e a primeira tentava de
responder ao Sputnik veio em 6 de dezembro de 1957.
Diante das câmeras, o foguete Vanguard subiu por
apenas dois segundos antes de despencar e explodir
sobre a plataforma. Papelão.
E o que você faz quando seu foguete falha? Chama
o Meirelles? Não, chama o Von Braun. Werhner von
Braun, criador dos foguetes V-2 que bombardearam
Londres para a Alemanha nazista durante a Segun-
da Guerra, havia sido azido aos Estados Unidos e
“desnazificado” pela Operação Clipe de Papel, junto
com muitos ouos cienstas importantes, e estava
abalhando na Agência de Mísseis Balíscos do Exér-
cito em Huntsville, Alabama. Ele preparou às pressas
uma nova tentava de lançamento, com seu novo
foguete Jupiter-C, e em 31 de janeiro de 1958, parndo
de Cabo Canaveral, o satélite americano Explorer 1
angia sua órbita. Sob o governo Einsenhower, em
29 de julho de 1958, era fundada a Adminisação
Nacional de Aeronáuca e Espaço – hoje todo mundo
só chama de Nasa. Sua principal missão: responder à
União Soviéca e preparar asonautas americanos
para seus primeiros voos espaciais.
O preço políco de sair aás na corrida espacial
foi alto. Em 1960, os republicanos perderam a eleição
para um jovem senador democrata de Massachusetts,
John F. Kennedy, sob o argumento de que havia um
aaso inaceitável na tecnologia americana de mísseis.
A União Soviéca, condo, manteria a dianteira.
Em 12 de abril de 1961, antes que qualquer america-
no angisse o espaço, o piloto russo Yuri Gagarin,
nascido numa fazenda comunal nos arredores de
Moscou, completaria uma órbita ao redor da Terra
a bordo da nave Vostok 1, tornando-se o primeiro
humano a deixar seu planeta de origem – ainda que
por pouco mais de uma hora e meia.
Kennedy então chamou ao pé do ouvido o admi-
nisador da Nasa, James Webb, e perguntou: qual
meta seria tão difícil que teríamos chance de chegar-
mos primeiro que os russos? A resposta você pode
imaginar qual foi. Estava aberta a corrida para a Lua.
QUATRO DE OUTUBRO de 1957 foi o dia
em que a humanidade acordou para o
espaço. Pela primeira vez, a Terra nha
um aso companheiro em órbita de si
que não era produto direto da nareza
- um satélite arficial. O lançamento do
Sputnik, conduzido pela anga União
Soviéca, deu início à chamada corrida
espacial. Ninguém sabia direito o que
estava por vir, é verdade. Tanto que,
na edição do dia seguinte do Pravda,
o jornal oficial soviético, nem foi a
manchete principal: só saiu no pé da
primeira página.
Nem mesmo o premiê soviéco, Ni-
kita Kruschev, se tocou da importância
do negócio. Mais tarde, ele relembraria
o episódio assim: “Quando o satélite foi
lançado, eles me telefonaram dizendo
que o foguete nha tomado o curso
correto e que o satélite já estava girando
em torno da Terra. Eu parabenizei o
grupo de engenheiros e técnicos nesse
feito impressionante e calmamente fui
para a cama.”
Nos EUA, condo, a reação foi muito
diferente. O jornal The New York Times
da mesma data estampou o lançamento
com uma manchete de ês linhas em
leas garrafais: Soviécos disparam
satélite terrese para o espaço; está
circulando o globo a 18 mil milhas por
hora; esfera é raseada em quao pas-
sagens sobre os EUA.
A reação foi de choque, no que ficou
conhecido como “efeito Sputnik”. Pela
primeira vez, desde o início da Guer-
ra Fria, os americanos se senam em
inferioridade tecnológica (e militar)
comparados aos soviécos.
Q
APESAR DA
DIANTEIRA
SOVIÉTICA,
O SATÉLITE
AMERICANO
EXPLORER 1
FOI O
PRIMEIRO A
DETECTAR OS
CINTURÕES
DE RADIAÇÃO
QUE EXISTEM
AO REDOR
DA TERRA.
DOSSIÊ SUPER 9
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