Natureza - Edição 378 (2019-07)

(Antfer) #1

CULTURA BOTÂNICA


científico começou de verdade, é
que a botânica foi separada da
história natural, da medicina e da
agricultura. O alquimista Paracelso
(1493-1541) foi o primeiro a entender
que a cura podia vir também de
outros elementos, o mercúrio, por
exemplo, e acabou sendo o pai
da taxonomia, ciência que estuda
as semelhanças e diferenças dos
seres vivos. E isso se provaria muito
importante em seguida.


MAS BOTÂNICA É
O QUE MESMO?
Desde os primórdios, as plantas
sempre cresceram sem dar a mínima para o nosso
entendimento sobre elas. Usam todas as ciências
naturais como a química, a física, a geologia e tudo
o mais que há no planeta e até fora dele. O sol é
extraterrestre, lembra?
A botânica pode ser dividida no estudo das
próprias plantas e como ciência aplicada, que é o uso
humano das plantas.
No uso humano dá
pra redividir entre
horticultura (nosso
campo favorito),
silvicultura (estudo
das florestas) e
agricultura, algo que
dispensa explicações.
Só pra citar – e pra você
impressionar os
amigos –, existe
hoje a ciência das
ervas daninhas; a
fitopatologia (estudo
biológico das plantas);
a farmacognosia (estudo


dos princípios ativos); a botânica
econômica (melhoramento genético
das plantas); a etnobotânica, que
explicarei daqui a pouco... e por aí vai.
Agora, se a gente for olhar um
pouco mais de perto o prato do
almoço, vai encontrar as mesmas
plantas domesticadas na pré-
história. Cereais como o arroz,
o trigo e a cevada se perdem no
tempo. Os gregos e os romanos
não sabiam dizer desde quando
comiam uvas, maçãs, figos e
azeitonas, sem falar no vinho
e nas cervejas.
É muito difícil encontrar
documentos antigos sobre comidas. Essa atividade
era dos pobres e ignorantes. Os letrados e espertos,
que documentavam o que faziam, eram os xamãs,
sacerdotes, boticários e médicos.
Convém lembrar também que as culturas sempre
viram as plantas de forma diferente. Os indianos, há
mais de 3 mil anos, segundo hinos em sânscrito védico,
dividiam as plantas em vrska (árvores), osachi (ervas
úteis para os seres humanos) e virudha (trepadeiras). E
havia várias outras tendências. Já na China, perdem-se
no tempo as misturas de ervas para fins farmacêuticos.

TÁ, E COMO A BOTÂNICA EVOLUIU?
No Renascimento europeu, a igreja, a aristocracia
e a classe mercantil disputavam a descoberta de novos
mundos. E os grandes tesouros a serem conquistados
eram novas plantas para comer, fazer remédios e as
famosas especiarias que curavam tudo, até a peste.
Foi para entender e saber o que procurar no
mundo das plantas que surgiram sociedades e jardins
botânicos como a Royal Society (em 1660); o Jardin du
Roi (1640); ou o famosíssimo Royal Botanic Gardens
Kew (com início oficial difícil de definir, mas que já
existia por volta de 1600).

Pai da taxonomia, Paracelso foi o
primeiro a descobrir que nem só das
plantas vinha a cura para as doenças

o mais que há no planeta e até fo
extraterrestre, lembra?
A botânica pode ser dividida
próprias plantas e como ciência
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