Tumba nobre
A mastaba era a tumba em forma de tronco de pirâmide, típicas dos nobres
do Antigo Império. As mais importantes encontram-se nas necrópoles de Gizé
e Saqqara. Invariavelmente, decoravam as paredes com cenas que retratavam
diversos aspectos da vida cotidiana. As imagens incluíam também o culto fu-
nerário. Além de estátuas, a mastaba incluía a chamada porta-falsa: uma porta
simbólica através da qual o espírito vinha receber as oferendas e víveres deixados
pelos sacerdotes funerários. Como Djoser queria algo grandioso, a mastaba
começou a ficar complexa. O número de degraus cresceu e templos funerá-
rios anexos foram construídos. Para erguer e sustentar a estrutura gigantesca,
ImHotep quebrou a cabeça e levou um bom tempo para desenvolver uma
série de cálculos e técnicas. Para erguer a obra, ele mandou quebrar enormes
blocos de pedra – eram tão pesados que uma pessoa comum não consegui-
ria carregar sozinha. Os blocos eram transportados por grandes grupos de
pessoas que utilizavam troncos de árvore para que as pedras rolassem pelo
chão. Arqueólogos acreditam que o deserto onde se encontram as pirâmides
era gramado naquela época, o que dificultava o carregar dos blocos. Mesmo
depois de um dia inteiro de trabalho, só se conseguia colocar três blocos de
pedra na base da pirâmide.
A pirâmide planejada por ele ficou com as dimensões de 140 por 118
metros de base e 60 metros de altura — algo em torno de um prédio de vin-
te andares. A construção está localizada hoje no deserto perto da aldeia de
Saqquara. Tamanha suntuosidade tornou ImHotep uma figura célebre em
todo Egito — depois de sua morte, ganhou status de um deus. Passou a ser
considerado filho de Ptah, o deus supremo de Mênfis, que teria fecundado
uma mulher mortal. A partir de então, ImHotep foi cultuado durante toda a
história egípcia. Tanto reconhecimento era mais que merecido, uma vez que
organizar a construção de um projeto tão ousado e tão complexo só poderia
ser um feito divino.
Tradição imperial
Desse modo, teve início a tradição imperial de todos os governantes da 5ª
Dinastia no sentido de construir um grande complexo em Gizé, que incluiu a
Grande Pirâmide, Pirâmide de Kufu ou Quéops. Tanto interesse fez com que
tivesse início no Egito o surgimento de verdadeiras escolas de engenharia de
pirâmides. Ali, os escribas cuidavam de tudo relacionado àquelas gigantescas
e demoradas construções. Suas funções iam desde o aprendizado e ensino das
Grupo Unico PDF Passe@diante