fazer prisioneiros para o sacrifício. O sentido da oferenda de sangue humano
- e, em menor medida, de animais – era alimentar as divindades para assegurar
a continuidade de sua aparição todos os dias e com ela a permanência da vida
humana, animal e vegetal sobre a terra. Cada aspecto da vida sexual dos astecas
estava associado a um deus diferente. Assim, Xochipilli era o deus das flores, do
amor, da fertilidade e das relações sexuais ilícitas.
Assim também era sua esposa, Xochiquétzal, quem, além disso, era tam-
bém protetora da prostituição. Tinha-se também Tlazoltéotl, deusa do prazer,
da voluptuosidade, da fecundidade e da fertilidade. Protegia as parturientes, as
parteiras, aos feiticeiros relacionados com o mundo amoroso e aos homens de
intensa atividade sexual.
Cada fenômeno atmosférico também era associado a um Deus — havia
Tláloc, das chuvas; Quetzalcóatl Ehecatl, dos ventos. Segundo os astecas, só
se vivia uma vez, e a vida está cheia tanto de sofrimento quanto de alegria e a
única maneira de perdurar após a morte era alcançar a fama, ainda que essa
mesma fama desapareça quando morrem os que recordam o defunto.
Tradições
Na América pré-colombiana, muitos povos cultuavam tradições relativas ao
fim da humanidade. Tradições essas, aliás, que, no passado, estavam sempre
presentes no cotidiano humano. Foi assim com os persas, que temiam o fim
do mundo nas garras de Arimã; com os cristãos, que temiam (e alguns ainda
temem) a chegada do anticristo e o chamado apocalipse, com os vikings, que
temiam que seus deuses morressem numa guerra celestial e foi assim com
muitos outros povos ao longo dos tempos.
Os astecas viviam com o tormento do fim do mundo; ou, como eles cha-
mavam, do fim do Sol sobre suas cabeças. Para eles, a humanidade atual seria
a quinta, tendo, portanto, sido precedida por outras quatro.
A cada ciclo de 52 anos, segundo a mitologia mexicana, o mundo
corria sério risco de extinção, pois isso já havia ocorrido outras ve-
zes no passado. Na realidade, o primeiro Sol, chamado naui-ocelotl
(quatro-jaguar), teria sido destruído pelos jaguares. Isso mesmo, os
grandes felinos mexicanos teriam descido das montanhas e devorado
a humanidade.
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