Manual do Hacker Especial - Volume 2 (2019-07)

(Antfer) #1
Manual do Hacker Especial | 21

Fatia de mercado


O Windows 7, lançado três anos depois do
Windows Vista, fez um ótimo trabalho em
melhorar alguns de seus predecessores,
tornando-se um sistema operacional melhor
do que o Vista.
A adoção foi bastante cautelosa, mas, no
terceiro trimestre de 2011, conseguiu
superar a fatia de usuários do XP.
Infelizmente para a Microsoft, muitos
usuários obstinados se recusavam a sair do
XP. De certa forma, o seu mais bem-
sucedido sistema operacional também foi o
seu maior tormento. Ainda hoje, 16 anos
desde que foi lançado, o dinossauro azul e
verde XP anda por aí (lutando para respirar).
Em 2012, a Microsoft trouxe o Windows 8,
com uma interface denominada inicialmente

de Metro. A despeito de essa versão tirar
vantagem de notebooks com telas sensíveis
ao toque, usuários de desktop se sentiram
desconfortáveis e confusos, principalmente
pela falta do menu Iniciar e da área de
trabalho padrão, que ficavam escondidos
sob uma interface não muito intuitiva. Este
sistema operacional foi acusado de estar em
meio a uma crise de identidade – um misto
de aplicativos para gestos multitoques e para
uso padrão de desktop, causando
contradição. O Windows 8.1, uma versão
lançada um ano depois, atendendo a
protestos dos usuários, recuou em muitas de
suas decisões de projeto e conseguiu ter
uma aceitação melhor, mas a navegação na
interface por meio de teclado e mouse ainda

permanecia estranha. Até hoje, há usuários
tanto do Windows 8.1 como do Windows XP,
ambos tomando cerca de 13% da fatia de
mercado Windows.
Atualmente, empresas que ainda utilizam o
XP estão diante de um trilema: não fazer nada,
atualizar para o Windows 7 ou fazer uma
aposta no Windows 8.1. O primeiro não é uma
ideia viável, por muitas razões. O segundo
parece ser uma opção mais segura, mas o
Windows 7 é um sistema que já tem 8 anos,
cujo suporte básico terminou em 2015, e o
suporte estendido terminará em 2020. O
Windows 8.1 talvez seja a melhor solução, dada
a semelhança com o seu sucessor, Windows 10,
pelo menos até que as empresas julguem este
suficientemente estável.

datam do Windows 3.1. Mas, no geral,
podemos dizer que a Microsoft de hoje é
muito diferente daquela de ontem. Ela
ainda domina os desktops em todo o
mundo (embora dividido entre os últimos
cinco sistemas que destacamos linhas
atrás e com as distros de Linux, bem como
com o OS X), mas isso parece que não irá
durar muito, e o CEO da empresa, Satya
Nadella, tem consciência disso.
A verdadeira batalha está ocorrendo
em dispositivos móveis, e a Microsoft
está ficando para trás nesse segmento.
Um dos recursos mais apreciados do
Windows 10 é a convergência de
plataforma: PC, Xbox, dispositivos
Windows Mobile, Surface Hubs e até
mesmo a compilação do Windows 10
para o Raspberry Pi serão executados
em um núcleo unificado do Windows, de
modo que um aplicativo seja executado
eficientemente em qualquer uma dessas
plataformas. Para tablets/notebooks
conversíveis há também o recurso
Continuum, que garante que os

aplicativos transitem da interface de um
dispositivo para a interface de outro
diferente, sem prejuízo da continuidade
do trabalho. Quando o Windows Phone
10 for lançado, ele permitirá que os
usuários conectem seu smartphone a
um monitor, mouse e teclado e use-o
como um PC normal.
Convergência também tem sido uma
das palavra-chave da Canonical desde a
introdução de sua controvertida área de
trabalho Unity. Dois smartphones Ubuntu já
foram lançados, mas dependem da Unity 8,
que incorpora o novo servidor de exibição
Mir. Essas tecnologias ainda têm um longo
caminho a percorrer antes de serem
estáveis para o uso em uma área de
trabalho, embora desenvolvedores
corajosos poderão tentar fazê-lo funcionar
por meio do canal Ubuntu Next. É claro que
a Microsoft alcançará a convergência antes
da Canonical, mas o verdadeiro desafio para
ambas as partes (ainda peixes pequenos no
ecossistema móvel) será aproveitar esse
recurso para conquistar os consumidores.

P


odemos perdoar a Microsoft por
abandonar sua estratégia de fazer
lançamentos discretos, pois isso
não funcionou muito bem. O Windows Vista
não foi bem recebido, principalmente em
razão das exigências mínimas de hardware
para rodar o sistema, mas este teve alguns
pontos positivos.
É bem verdade que aquelas
interrupções constantes do Controle de
Conta de Usuário (UAC) eram irritantes,
mas isso foi uma ideia bem intencionada,
cujo intuito era implementar melhores
privilégios de conta de usuário para o
Windows. O DirectX 10 introduziu novos
recursos multimídia interessantes, e o
modelo de driver WDDM proporcionava
uma melhor performance gráfica. Mas,
pelo conjunto, o Vista foi visto como um
fracasso, ignorado tanto pelos usuários
domésticos quanto pelas empresas. Não
conseguiu nada mais do 21% da parcela
do mercado.
Em suma, possuir uma única versão do
Windows significa evitar problemas de
fragmentação para a Microsoft e minimizar
problemas com seus clientes. Muitos
preferiram ficar com o Windows 8, em vez
de fazer o upgrade de sistema, com o receio
de encontrar dificuldades. Em questões
visuais, o Windows 10 não chega a ser tão
diferente do Windows 8.1. Se a Microsoft
realmente queria evitar nomear sua
última progênie de Windows 9, então o
8.2 seria um título muito mais
interessante. É claro que é um segredo o
quão diferente é a base do código, mas ao
esmiuçar as configurações, você encontrará
o mesmo Gerenciador de Dispositivos que
existia desde o Windows XP. Você notará
também os arquivos win.ini e system.ini, que


Poder acampar sob a via láctea não torna um sistema operacional revolucionário.

Windows é coisa do passado


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