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desenho e mostrar à senhora que não era tatuagem nenhuma.
CENA 14 ∙ BARRAQUINHA DE COCO DE SEU ANTÔNIO ∙ EXT ∙ DIA
JOÃO: Mas, seu Antônio, o senhor tem certeza que não viu
nenhum movimento em relação à colocação daqueles bancos ali?
Eles ficam tão próximos a sua barraca.
ANTÔNIO: João, eu só fico aqui de manhã cedinho até o final da
tarde. Pode ser que eles tenham colocado lá durante a noite.
JOÃO: Mas não tem muito tempo que colocaram porque eu
caminho todos os dias na orla e só fui notar esses bancos hoje de
manhã.
ANTÔNIO: Não sei quando colocaram. Só você veio aqui perguntar
sobre esses bancos. E o que te aflige tanto com eles?
JOÃO: O senhor não acha nada estranho nesses bancos?
ANTÔNIO: Não. Por quê? Tem algo estranho?
JOÃO: Pra mim, eles formam um símbolo. Se o senhor reparar
direito, eles formam um triângulo.
ANTÔNIO: Acho que você está vendo coisas demais.
João toma um pouco da água de coco.
CENA 15 ∙ CALÇADÃO DA PRAIA ∙ EXT ∙ DIA
João caminha no calçadão e, de repente, vê o símbolo em um adesivo
colado no carro que vai passando na avenida.
JOÃO: Oxe! Devo estar ficando maluco. Isso é coisa da minha
cabeça.
Ele continua caminhando e um homem, que está fazendo cooper
em sentido contrário a ele e tem o símbolo desenhado na camisa,
cumprimenta-o com a cabeça. Ele, assustado, vira-se para olhar e
o homem continua fazendo cooper. Em seguida, ele vê o símbolo
desenhado no tronco de um coqueiro. Ele chega até o coqueiro
e passa a mão no desenho do triângulo. Ele volta a caminhar no
calçadão e vê, do outro lado da rua, o símbolo pichado na porta de