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FACINHA: algum problema, Tom? Você está tão murcho hoje,

parecendo um maracujá (sorri pelo canto da boca).

TOM: motivo não me falta. Você sabe do meu sonho, né? Mamãe

não concorda que eu vá pra capital. Tenho insistido, porém ela

não me entende. Parece até que falo outra língua. Será que é tão

difícil uma mãe compreender que todo filho tem sonhos e deseja

realizar (zangado). Tá ruim, viu? Não sei mais o que faço pra

convencer ela.

FACINHA: você sabe que sua mãe lhe adora e só quer seu bem.

Tenha paciência que quando você ficar maduro poderá conhecer

essa tal cidade grande. Esquece vai. Vamos brincar de correr?

Quem chegar por último vira salada picada kkkk...

TOM: só vim mesmo dar uma caminhada pra esquecer a tristeza.

Valeu, Facinha. Obrigada por me ouvir. Não quero te aborrecer

com isso. Tchau, amiga, vou voltar daqui.

Tom beija Facinha e se despede. Facinha fica corada e sorri toda feliz.

Corações vermelhos piscam no ar. Facinha vai embora e desaparece

após virar no próximo acesso à direita do caminho.

TOM (rindo): Facinha é do bem. Nós dois juntinhos daria uma boa

salada... Mas eu quero mais que isso. Quero ir pra Salvador. Só

tem um jeito: FUGIR!

CENA 4 ∙ QUARTO DA MÃE DE TOM ∙ INTERNA ∙ RAIAR DO DIA

Tom entra no quarto da mãe na ponta dos pés e se aproxima dela,

que dorme pesado e ronca alto. Beija sua testa.

TOM: adeus, mãe (fala baixinho. Me perdoe. Vou embora em

busca de meus sonhos e, assim que puder, volto pra lhe tirar

dessa vida na roça. Bença, mãe.

CENA 5 - CARROCERIA DO CAMINHÃO/INTERNA/DIA

Tom fica espremido dentro de caixa de madeira. Esbarra no pepino.

PEPINO: chega pra lá, brother.

TOM: foi mal, desculpa. Você já participou do Big Brother Brasil?