RDFQNF_VERSÃO DIGITAL_FINAL

(Oficina dos Filmes) #1

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À frente deles, está um dos filhos da casa carregando uma gamela
contendo um iná* incandescente.

Na chegada ao terreiro, vê-se uma grande coroa vermelha enfeitando
a porta principal do barracão. Em cada um dos lados, está um oṣé.
O Pai Zon para em frente à porta por um instante. Nesse momento,
todos os filhos e filhas da casa se abaixam e ficam de cabeça baixa.
O Bàbálórìṣà, então, presta o ìdọ̀bálẹ̀* em reverência ao dono da
casa.

SAUDAÇÃO AO ÒRÌṢÀ ∙ INT. ∙ TERREIRO ∙ NOITE

Dentro do terreiro, o Pai Zon está sentado no símbolo máximo
de poder e respeito no candomblé. Enquanto o ṣiré* acontece,
os filhos e filhas da casa prestam o Ìkíni ìdọ̀bálẹ̀* e o Ìyíká*,
respectivamente, em reverência ao òrìṣà.

PAI ZON: Meu pai que te abençoe! (Estendendo a mão para todos
os filhos e filhas)

Todos estão em seus devidos lugares. Mauro e sua companheira
ficam encostados na porta, mas logo ele é orientado, por um dos
ọ̀gá, a não ficar naquele local. Mauro está encantado com tanta
beleza. A força do ambiente é contagiante e, a todo momento, ele
sente calafrios pelo corpo.

De repente, todo o barracão fica em silêncio. O Pai Zon inicia um
oríkì:
Kábíyèsí Ṣàngó o
Ọkọ ìyá mi
Olómi ńlé fẹ̀jẹ̀ òbùró bojú
Tó bá jíire, èmi sùn gbare
Olúkòso ìṣòròǹṣorò
Ṣàngó má jẹ́ a rí ọ nígbà tó ṣòro
Ìgbà tó ṣòro nígbà ìjà
Ìgbà tó ṣòro nígbà ìpọ́njú
Ṣàngó má jẹ́ gbogbo wa ó lè rí ọ
nígbà tó ṣòro

PAI ZON: Ṣàngó, súrefún ọ̀nà wá!*
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