Dragões - 202105

REVISTA DRAGÕES ABRIL 2021

N

em o temporal que

assolou o Olival

travou Sérgio

Oliveira. Treinou,

juntamente com

os companheiros de equipa, na

véspera de mais um jogo e a chuva

teimou em não desaparecer. Uma

manhã dessas poderia deixar

qualquer um maldisposto, mas

não ao 27 dos Dragões. Tem

sido assim sempre, sem desistir,

e de cabeça erguida, que tem

enfrentado qualquer obstáculo

que se intromete pelo caminho. O

sorriso manteve-se durante toda

a entrevista. Em mais de meia

hora, contou tudo, começando

pelo que vive nesta temporada.

Já lá vão três anos desde

que conversou pela última

com a DRAGÕES. Como é o

Sérgio de hoje comparado

ao Sérgio de 2018?

Sou um Sérgio mais maduro. Faz

parte da vida, os anos passam

e temos que ir amadurecendo

e crescendo, tanto a nível

profissional como pessoal, através

dos nossos valores. Sinto-me uma

pessoa mais completa e mais

feliz graças à minha evolução.

Estou orgulhoso pela pessoa

que fui e pela pessoa em que me

tornei, mas se puder continuar

a melhorar, melhor ainda.

Desde então, já viveu
muitas conquistas.
Já foram algumas, mas que
venham muitas mais. É para isso
que trabalho, para conquistar
títulos, ganhar jogos e dar muitas
alegrias aos nossos adeptos.

Esta época também tem sido

uma alegria para si. Acredita que

está a viver o seu melhor ano?

Sem dúvida, esta é a minha melhor

época. No entanto, tenho-a vivido

com alguma revolta, porque

o campeonato estava a correr

bem, mas tivemos recentemente

um percalço. Estamos focados

para, no final da temporada,

festejarmos o título, é para isso

que cá estamos e é por isso que

competimos. Esta época só será

positiva para mim, se for uma

temporada positiva para o clube.

A que se deve este salto?

Muito trabalho? Confiança

dos colegas e do treinador?

A confiança do treinador

sempre existiu e a dos meus

companheiros também. Acho

que este salto se deve à minha

maturidade. Sei pisar melhor

o terreno e já levo cinco anos

a trabalhar com o mister. Sei

perfeitamente o que ele quer, ou

seja, comportamentos táticos,

físicos e o dia a dia. É uma

pessoa exigente e ao longo dos

anos também fui evoluindo

nesse sentido. Acho que nos

conhecemos perfeitamente e

estamos em sintonia completa.

Eu tento dar sempre o meu

máximo, todos os dias e em

todos os jogos, sempre com

responsabilidade. Acho que foi

isso que me fez chegar a este nível.

Em 2018 dizia que essa era

a sua época de afirmação...

Esta é de quê?

“Acho que

este salto se

deve à minha

maturidade. Sei

pisar melhor

o terreno e já

levo cinco anos

a trabalhar

com o mister.”

“Sem dúvida,

esta é a minha

melhor época.

No entanto,

tenho-a vivido

com alguma

revolta (...). Esta

época só será

positiva para

mim, se for uma

temporada

positiva para

o clube.”

É a época da continuidade.

Acredito que precisava de uma

época como a que fiz em 2018,

mas desde essa altura que tenho

realizado uma evolução constante

e espero que assim continue.

Ainda com a época a meio, já

atingiu a sua melhor marca

goleadora de sempre. Como

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tem sido assumir este papel

mais preponderante na

lista de marcadores?

O facto de ter assumido as

grandes penalidades tem uma

força grande, os números estão

mais altos devido a isso. É preciso

marcá-las, é certo, mas é das

melhores possibilidades para se

fazer um golo. Aprendi a chegar

cada vez mais à área e, apesar

de rematar bem, acho que podia

rematar ainda mais durante o jogo.

É sempre uma motivação extra

marcar, quando fazes o primeiro

queres logo marcar o segundo.

Quando ganhas, queres ganhar.

Quando perdes, queres ganhar,

porque nunca se quer perder aqui.

Se puder marcar golos e ajudar a

equipa a vencer, espetacular.

Para si, é um foco marcar golos?

Não, acaba por ser um extra.

Em todos os clubes que

representei, o meu foco sempre

foi ganhar, mas aqui ainda

mais. Pela mística que se vive,

uma semana de trabalho só

faz sentido se ganharmos.

Esta época também já conta com

uma conquista, a da Supertaça,

para a qual contribuiu com

um golo, uma vitória que

carimbou o triplete no ano

civil de 2020. Como foi essa

prenda de Natal antecipada?

Conquistar um título é sempre

uma sensação única. A Supertaça

é sempre especial, porque é