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DEPRESSA
E BEM
Quando se lançou ao relvado e à bola para surpreender Szczęsny e
marcar 61 segundos depois do apito inicial, Mehdi Taremi não estava
apenas a fazer o primeiro golo na Liga dos Campeões. Naquela
noite de fevereiro, o avançado iraniano entrava diretamente para
o top-5 dos golos mais rápidos do FC Porto na Champions, sem
bater o recorde de Deco, que resiste há mais de 21 anos, mas
quase igualando a segunda melhor marca, que pertence a Clayton.
Nas páginas que se seguem revisitamos os cinco melhores tempos.
TEXTO: ALBERTO BARBOSA
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DECO
FC Porto-Molde, 3-1
26 de outubro de 1999
Estádio das Antas, no Porto
O empate bastava, desde que o Olympiacos
não ganhasse em Madrid, e ainda havia mais
uma jornada, precisamente na Grécia, para
confirmar a qualificação para a segunda fase
de grupos. Mas não foi preciso esperar tanto.
Aliás, 42 segundos foi tempo suficiente para
Deco colocar os Dragões em vantagem e
apontar o golo mais rápido do FC Porto na Liga
dos Campeões. Fê-lo com a classe que sempre
associamos a cada movimento que desenhou,
mas da forma mais improvável, correspondendo
a um cruzamento de Drulovic com um voo e
um cabeceamento perfeito. E o luso-brasileiro,
o “Mágico”, que já tinha feito o resultado na
Noruega, ainda fez mais: marcou o segundo
golo do jogo na transformação exímia de um
livre direto e já com dores na perna direita, que
motivaram a substituição logo a seguir, ainda
antes da meia hora de jogo. O FC Porto venceu
o Molde e o Olympiacos foi goleado pelo Real.
O terceiro dos quatro golos do
FC Porto (4-1) foi apontado por
Mário Jardel, que acabaria por
se distinguir como o melhor
marcador da prova, ainda que
partilhando a condição com
Rivaldo (Barcelona) e Raúl
González (Real Madrid), todos com
dez golos. Curiosamente, o que
Jardel marcou naquela noite de
outubro, frente ao Molde, resultou
de uma assistência de Vítor
Baía, que procurou o avançado
brasileiro com um pontapé longo
assim que recolheu a bola depois
de um lançamento lateral.
O percurso do FC Porto foi precocemente interrompido em Munique, em abril de
2000, por uma arbitragem escandalosa, que, depois de negar aos azuis e brancos
o direito à transformação de dois penáltis, ainda inventou, logo após o golo de
Jardel, a falta que deu a qualificação ao Bayern no último lance do jogo. “Quem
ganhou foi o árbitro, não foi mais ninguém”, disse, visivelmente irritado, Fernando
Santos, no final da segunda mão dos quartos de final. Depois do empate nas
Antas (1-1) e da certeza de Ottmar Hitzfeld de que o Bayern golearia o campeão
português em Munique, o FC Porto só foi afastado da Champions pelo escocês
Hugh Dallas (2-1). Como diria Deco, já depois do duche, “todo o mundo viu”.
00:02
O golo mais rápido da história do futebol sénior foi
apontado em abril de 2004 por Marc Burrows aos dois
segundos de um jogo de amadores entre o Cowes
Sports e o Eastleigh. O remate de Burrows, preparado
por dois companheiros de equipa ao som do apito inicial,
contou com a colaboração do vento, foi registado com
o tempo de 2,5 segundos pelo árbitro e posteriormente
reconhecido como recorde mundial pela federação inglesa.