Lazer_turismo_e_desenvolvimento_regional_na_amazonia_legal

(rafael.frois) #1
SOARES, K. C. P. C; DEBORTOLI, J. A; GRANDO, B. S. 45

da objetividade e subjetividade, do signo e do sentido
(PASSOS, 2010, p.25).

Os estudos étnicos têm se ampliado de forma crescente na
sociedade brasileira, auxiliando a compreensão de cultura. Estes
estudos abrangem desde as práticas culturais da vida cotidiana aos
embates e ações políticas das relações interétnicas, revelando as

relações de poder que fazem parte do processo de desenvolvimento

alteritário dos povos indígenas. Desta maneira buscamos investigar o
modo de habitar do indígena Akwẽ-Xerente, na tentativa de contribuir
com a garantia da preservação dos saberes e práticas culturais que
compõem a vida cotidiana indígena, por meio de processos de

envolvimento, territorialização e alteridade.
Estamos assim, exercitando a busca por pensamentos alternativos,
para questionar a construção epistemológica do pensamento crítico
eurocêntrico, sem deixar de reconhecer suas contribuições, porém

abrindo espaço para o re-conhecimento de outros saberes elaborados
em contextos de resistência, por povos e comunidades que foram,
ao longo de séculos, silenciados e marginalizados. A percepção do
processo de alteridade, no estudo do povo Akwẽ-Xerente, revelou
aproximações com os estudos do lazer, por meio das atividades que
este povo realiza, legitimadas socialmente como práticas e patrimônio
culturais. Podemos observar a fala do cacique da aldeia Salto


Assim formou, surgiu a origem do nosso povo, mas
antes disso os próprios homens já tinham umas práticas
culturais, como a caça e o jeito de ser akwẽ, já tinha o jeito,
então quando foi formada a mulher só complementou,
e aí o casal foi adaptando e aperfeiçoando, já falavam a
língua deles próprios, eu estou falando deles, mas eu
também faço parte, desse povo. Tenho orgulho de dizer
que é um povo guerreiro, muito resistente, até chegar
nesse século XXI, já tem mais de 250 anos de contato,
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