TEIXEIRA, T. M; CRUZ, M. S. 65
podem influenciar diretamente na vida comunitária. De acordo com
as afirmações dos atores sociais que testemunharam o início dessa
articulação, já são 28 anos de experiência com essa atividade. Tal
registro nos levou aos seguintes questionamentos: Como vem sendo
realizada a prática da atividade turística na comunidade Três Unidos
e quais os seus desafios? Essa prática social é realmente considerada
aliada para o fortalecimento da cultura Omágua/Kambeba? Nesse
sentindo, essa pesquisa busca compreender a prática e os desafios
da atividade turística do povo Omágua/Kambeba na comunidade Três
Unidos”.
Para realizarmos esse estudo, nos dedicamos às pesquisas
bibliográficas e documentais sobre a história da Amazônia e a
trajetória do povo Omagua/Kambeba. Nos apoiamos, também, na
experiência etnográfica e na análise de abordagem qualitativa, levando
em consideração a oralidade presente e essencial para o registro da
memória dos nossos entrevistados. Ressaltamos que entrevistamos as
pessoas mais velhas e algumas lideranças indígenas para compreensão
das perspectivas históricas da relação do seu povo com o turismo.
Para a coleta das informações foram realizadas entrevistas semi
estruturadas com quatro atores locais são eles: a dona Diamantina
Cruz (59 anos), uma das pessoas mais antigas da aldeia, trabalha com
artesanato e confecção de roupas Omágua/Kambeba; o professor e
artesão Tomé Cruz (36 anos); o tuxaua^4 e agente indígena de saúde
Valdemir da Silva (60 anos) e, por último o artesão Kambeba Francisco
Cruz da Costa (40 anos). Enfatizamos que os nossos entrevistados
são líderes indígenas, após a autorização desses, optamos por manter
seus nomes como respeito a memória e oralidade do povo Omágua/
Kambeba, consideramos, assim, os protagonistas desse estudo
etnográfico. Fundamentados nessas informações traçamos o histórico
da experiência desse povo com atividade turística levantando a sua
(^3) Líder espiritual e político da aldeia.