SOARES, K. C. P. C; DEBORTOLI, J. A; GRANDO, B. S. 53
elemento de identidade de cada povo. Cada etnia traz consigo os
significados do seu território e as configurações próprias das práticas
culturais lúdicas que compõem sua identidade.
Entre as práticas da cultura que compõem espaços-tempos de
educação do corpo e produção de identidades coletivas (aqui traz
as referências que depois poderá discutir). Com isso, nos tempos
e espaços da vida se descrevem as relações com a natureza e os
conhecimentos tradicionais que dialogam com os estudos do lazer,
com devido cuidado para compreensão complexa das diferentes
concepções entre o uso do tempo na aldeia e o uso deste na
sociedade ocidental moderna.
Assumimos o compromisso e o sentido, tão político quanto
acadêmico, de compartilhar processos de descolonizar histórias e
conhecimentos. Buscamos, também, descolonizar nossos olhares
e percepções, abrindo-nos a outros modos/mundos possíveis
de ser(mos) e viver(mos). Movemo-nos em diálogo com outras
pessoas, contextos e grupos sociais, ainda que constituídos em uma
mentalidade moderna-ocidental, desafiando-nos aprender com os
modos de vida do povo Akwẽ-Xerente. Indagamos suas maneiras
de habitar o mundo, suas relações com o místico, com a natureza,
com a família e a comunidade; compreendendo o “bem viver” que
emerge de suas práticas, e que se revela como jogo, como brincar.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A sociedade não indígena, por conta das demandas estabelecidas
por sua forma de viver, de produzir e consumir estabelece um modo
de habitar diferente dos povos indígenas, enquanto para a primeira há
uma necessidade humana de dominação da natureza e dos recursos
naturais; para a segunda, é necessária uma possibilidade de comunhão
(^8) BRASIL. Constituição. Constituição federal. Brasília: Senado Federal, 1988.