TEIXEIRA, T. M; CRUZ, M. S. 63
1 INTRODUÇÃO
A Amazônia, desde o período colonial, é uma região que
desperta curiosidades e diversos interesses nos aspectos sociais,
culturais, ambientais e econômicos. Alguns cronistas e historiadores
como Antônio Porro (1995), Gaspar Carvajaval, Alonso Rojas e
Cristóval de Acuña (1941), relatam que a descoberta do majestoso
rio Amazonas, durante os séculos XVI e XVII, incentivou inúmeras
viagens exploratórias para a região. Todos os colonizadores,
missionários e cronistas ficavam surpresos com um rio que parecia
mar de tão caudaloso. Essa surpresa era registrada nos diários de
viagens dos conquistadores.
Evidenciamos esse contexto colonial da Amazônia para situar a
história de uma etnia desenvolvida ao longo dos rios dessa região,
o povo Omágua/Kambeba^3 . Há algumas narrativas apontando que
a história desse povo se confunde com a própria história do rio
Amazonas. De acordo com historiadores o povo Omágua/Kambeba
é originário do Peru que ao chegar no território brasileiro se dividiu
entre o rio Amazonas e Solimões, ademais, foi uma das primeiras
etnias que tiveram contato direto com os exploradores que se
surpreendiam com a cultura e o grande número populacional desses
grupos étnicos ao longo do alto rio Amazonas (MACIEL, 2007).
Ao passo que avançavam as explorações européias na região,
diversos grupos étnicos indígenas, dentre eles os Omágua/Kambeba,
foram migrando para outros territórios na tentativa de se protegerem
contra as ações violentas, que resultavam em genocídios, ou seja,
na aniquilação de alguns grupos sociais. Essa estratégia de proteção,
baseada na busca de novas terras para viver e se reproduzir
(^3) De acordo com Porro (1995) significa o “povo das águas”, por terem sido
registrados pelos cronistas como uma etnia que ocupava quantitativamente as
margens dos rios da Amazônia durante o período de exploração colonial.