O canto do vento 73
os meninos, junto a primos e amigos, em enorme grupo, usufruíram as delícias daquele
recanto, ainda preservado até os dias de hoje.
Talvez tenham curtido Grussaí muito mais que nós.
Agora, ficamos numa outra casa, construída por nossos pais nos anos 1970.
Um lugar delicioso. Certa vez, um amigo que nos visitou, assim comentou: “que lugar
encantador, parece um pedaço do Céu aqui na Terra”.
Sinto, hoje, que minha relação com Grussaí mudou. Ficou distante, não vamos
mais com frequência, apenas em alguns fins de semana e no mês de janeiro. Acho que
nosso tempo por lá poderá não durar muito.
Anualmente registro fotos da restinga, pois fico na expectativa de que em breve aquele
cenário mudará, e muito! Algumas transformações demoram, mas acabam por acontecer.
Eu não sei como me sentirei então. Não sei se Grussaí terá para mim a mesma
“graça”, o mesmo sabor. Se trará as mesmas sensações.
Ah! Restinga. Até quando meus
olhos contemplarão seus espaços verdes,
o canto suave do vento nas casuarinas,
o canto dos pássaros que visitam nosso
jardim, os luares e pores de sol? Até quando?
Grussaí Foto: Geisa Márcia
Claudio Pereira Pinto