Women's Health - Brasil - Edição 117 (2019-07)

(Antfer) #1

SAÚDE


da Yale University (EUA),
aponta para a inflamação.
Especificamente os
antioxidantes dos alimentos
de origem vegetal protegem
as células e os hormônios
de lesões inflamatórias,
defendendo, portanto,
as pessoas dos efeitos
deteriorantes da inflamação
crônica ou excessiva.
Quando os consumimos
em abundância, eles também
fazem maravilhas por
seu intestino.
A carne aparece
raramente nas zonas azuis.
Em Okinawa, a carne de
porco é utilizada apenas
para dar sabor ao cozimento,
e ela é assada somente em
celebrações especiais. Na
Sardenha, ilha de criadores
de ovelhas, é favorecida uma
dieta surpreendentemente
rica em legumes, com a
ingestão de carne de carneiro
com massa apenas no fim de
semana. Adicionando mais
força ainda aos alimentos
produzidos localmente, de
acordo com a estação do ano,
e preparados em casa,
aparecem os adaptógenos,
ricos em nutrientes. Pense
em algas marinhas ricas em
iodo e magnésio, em
cogumelos shitake que
potencializam a imunidade
em Okinawa e em plantas
anti-inflamatórias
arrancadas das colinas
íngremes da Sardenha.

ROTINEIRAMENTE BEM
Dan quer deixar claro
que aprender as lições de
longevidade das zonas azuis
não é questão de apenas
reproduzir as refeições. Além
do que você coloca no seu
prato, um tema que percorre
todas as culturas das zonas
azuis é a existência de
comportamentos
conscientes específicos com
o próprio jantar. Em Loma
Linda, na Califórnia, é
uma oração que antecede
a refeição; em Okinawa,
é o “hara hachi bu” – uma

intenção pré-jantar de parar de comer
quando estiver 80% satisfeito. Em
Ikaria? “Comer é uma experiência que
se trata mais de satisfazer o espírito
do que o estômago”, diz Thea, que tem
cerca de 40 anos. “Nós cozinhamos
utilizando as matérias-primas e
dedicamos tempo para desfrutar
da nossa comida.”
Pergunte pelos hábitos fitness dos
habitantes das zonas azuis e Dan te dirá
que esse é um questionamento errôneo.
“Não são ‘hábitos’”, diz. “A vida deles se
estrutura de tal forma que a cada 20
minutos mais ou menos eles têm que se
colocar em movimento. Não pense que
eles passam o dia sentados e compensam
com uma hora na academia. Nossos
corpos não funcionam dessa forma.”
Eles estavam praticando exercícios
incidentais (aqueles que fazemos
durante atividades diárias) bem antes
do termo se tornar tendência.
Em alguns casos, é o trabalho diário
que dá as ordens: como com os pastores
da Sardenha, que escalam terreno
rochoso e abrupto para cuidar de seus
rebanhos. Indo contra a corrente das
zonas azuis e fora dela, os homens (que
normalmente se tornam pastores)
vivem mais que as mulheres na
Sardenha. Dan atribui isso aos altos
índices de movimento diário deles, em
comparação com as responsabilidades
estressantes e relativamente estáticas
das mulheres (cuidar da família,
administrar as finanças, fazer consertos
em casa). Ao longo das zonas azuis,
mesmo que seu trabalho não o faça
alcançar uma soma diária de mais de
10.000 passos, os habitantes priorizam o
movimento – eles se deslocam a pé em
vez de sobre rodas, por exemplo.

PENSE LONGE
Georgia Hodgkin, que vai fazer 80 anos
no próximo outono, atualmente está
escrevendo um livro e, recentemente,
subiu caminhando até o topo de uma
montanha na Carolina do Norte para
ver o casamento da neta, é fiel às teorias
de Dan. Georgia caminha diariamente,
sendo que suas idas ao supermercado
às vezes chegam a levar duas horas –
não porque ela seja especialmente
lenta, mas porque há muitas de suas
colegas idosas acompanhando-a.
De fato, nas zonas azuis do Pacífico
ao Mediterrâneo, a comunidade é o
segredo. Um exemplo particularmente
encantador é o “yuimara”, o sentido de

84 WOMEN’S HEALTH / Julho 2019


LOMA LINDA, SUL


DA CALIFÓRNIA,


ESTADOS UNIDOS
LONGEVIDADE
EM NÚMEROS
As mulheres de lá vivem
em média nove anos mais
que no resto dos Estados
Unidos; entre os homens,
a vantagem é de sete.
A população também é
dez vezes mais propensa
a viver até os 100.
O QUE ELES COMEM
Açúcar, álcool e café
ficam de fora, já flocos
de aveia, pão integral,
leite de soja e abacates
proliferam. Embora
alguns adventistas evitem
carne e peixe totalmente,
os habitantes mais
longevos comem
peixes gordos (ou azuis),
como o salmão.
GANHOS EM BEM-ESTAR
Para os adventistas,
cuidar do corpo que Deus
lhes deu é um dever
sagrado – que eles
encaram com gosto.

PENÍNSULA


DE NICOYA,


COSTA RICA
LONGEVIDADE
EM NÚMEROS
O número de noventões
saudáveis em Nicoya é
duas vezes e meia maior
que nos Estados Unidos.
O QUE ELES COMEM
Cultivados juntos,
comidos juntos e
celebrados juntos –
abóbora, feijões e milho
são a base da dieta daqui.
GANHOS EM BEM-ESTAR
Diferentes gerações
podem morar juntas, e os
centenários que moram
sozinhos são visitados
diariamente pelos
vizinhos. Muita luz do sol
significa altos níveis de
vitamina D, e a água dura
(com alto teor mineral)
que eles consomem
contém cálcio – uma
dádiva para a saúde do
coração e dos ossos.

Grupo Unico PDF Passe@diante

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