me reconheci como a
fundadora de um negócio,
parei de pensar em mim
mesma como um peixinho
em um lago enorme.
Já não tento agradar as
pessoas; sinto-me valente
o suficiente para negociar
quando tenho a sensação
de que estão me oferecendo
um acordo ruim e estou
estabelecendo parcerias
justas com as pessoas
com quem trabalho.”
Claire Sanderson, 40,
redatora-chefe da Women ́s
Health do Reino Unido,
lembra do momento em que
percebeu que a linguagem
que usava – e as ideologias
que a acompanhavam –
podiam estar se infiltrando
de forma negativa na mente
da sua filha de 3 anos.
“Enquanto a elogiava, eu
me dei conta de que todas
as qualidades que eu estava
listando eram baseadas na
aparência: bonita, linda,
maravilhosa.”, conta ela.
“Não fiquei chateada
apenas com o fato de estar
associando seu valor à sua
aparência – correndo oFALE COMO UMA CEO
Natasha Stromberg, fundadora de um diretório
de marcas feministas, dá dicas sobre palavras que
funcionam bem no ambiente de trabalho:» SEJA CLARA
Seja direta, não apenas mencione coisas –
especialmente com tópicos tradicionalmente mais
masculinos. Dizer “eu consultei um gestor de
investimentos” é mais impactante do que “sou uma
pessoa que pensa no futuro”.» IDENTIFIQUE SUAS QUALIDADES
Usar palavras que descrevam uma qualidade específica
que você possui (“sou uma mulher com visão para o
mercado financeiro”) é melhor do que frases vagas
como “sou uma mulher empoderada”.» CONTE SUA HISTÓRIA
Não menospreze a forma como você chegou até onde
está. “Estudei muito, fui contratada e criei uma série de
designs de qualidade” é mais honesto e empoderado
do que atribuir seu sucesso ao acaso.numa tentativa de fazer
as mulheres se sentirem
mais confortáveis na zona
de halteres da academia.
“Ter exemplos, mesmo
que nas mídias sociais, de
comportamento em certos
campos é importante para
as mulheres pois isso mostra
que elas podem entrar em
um território novo”, ela
explica. A opinião dela?
Claro, devemos refletir sobre
as palavras que usamos em
relação às mulheres, mas não
nos prender excessivamente
na terminologia a ponto de
perder o progresso real.
FALE COM
SABEDORIA
Reescrever o discurso
começa com a compreensão
do porquê você utilizaa linguagem que usa.
Para Alice, seu caderno
inicialmente representava
uma fonte de conforto
durante um período em que
ela estava vivenciando o
que agora identifica como
síndrome do impostor.
“Embora estivesse
tocando meu próprio
negócio, não pensava em
mim mesma como uma
empreendedora, uma CEO
ou uma fundadora”, ela
conta. “Precisei diminuir
o volume dessas palavras
assustadoras dentro
da minha mente para
fazê-las parecerem mais
alcançáveis.” Era apenas um
caderno, mas jogá-lo fora me
ajudou a identificar aqueles
sentimentos e começar
a abordá-los. “Desde querisco de ela aprender a fazer
o mesmo –, mas porque eu
sabia que quando elogiasse
o irmão dela de 6 anos
era muito mais provável
que lhe dissesse que ele
era inteligente, esperto,
divertido e forte.” Esse
momento acabou tornando
Claire mais consciente da
linguagem que ela usa com
a filha. “Agora sou muito
cautelosa. Tenho consciência
de que meu discurso é um
reflexo dos preconceitos que
aprendi como parte da minha
geração e presto atenção para
não os passar à minha filha.”
“É um direito seu usar
uma linguagem que te
ajude a definir a si mesma”,
diz Lucy. “Apenas porque
alguém não gosta da
forma que você fala de si
não significa que ela seja
errada”, explica. “Mas ter
consciência das implicações
da linguagem que você usa
é útil para quando quiser
ser levada a sério. Você pode
se comunicar de forma
mais clara se compreender
quão poderosas as palavras
podem ser.” Bem dito. •“A coisa mais importante
é que as mulheres
tenham acesso a todas
as áreas dominadas
tradicionalmente por
homens. E, se o uso de
termos como ‘girl boss’
as ajuda a reivindicar
esses espaços para si
mesmas, então, para mim,
eles têm que ser uma
coisa boa.”
Natasha StrombergJulho 2019 / WOMEN’S HEALTH 89
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