Ana Maria - Edição 1187 (2019-07-18)

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A


Organização Mundial de Saúde
(OMS) elevou a expressão burnout
ao status de transtorno mental. Mas,
afinal, do que se trata? É o esgotamento
profissional, ou seja, um distúrbio psíquico
caracterizado pelo estado de tensão
emocional e estresse provocados por
condições de trabalho. Na verdade, a criação
do conceito nos anos 70 continua sendo um
dilema, porque burnout é um conjunto de
sinais e sintomas depressivos. Então seria
uma “depressão” com uma causa específica:
o trabalho. Por isso, não se deve usar a
palavra em outra situação, como “cuidar da
família está me levando a um burnout”. A
síndrome consiste em três grandes queixas:
exaustão, distanciamento ou desinteresse
pelo trabalho e queda na performance
habitual. Todos sabemos do sofrimento
que pode ser causado pelo trabalho por
conta da cobrança, pressão, preocupação
com o desempenho, por metas cada vez
maiores e reconhecimento nem sempre à
altura. Mas é importante ficar atenta aos
sinais de que tudo isso vem fazendo mal.
Você já foi chorar no banheiro da empresa,
por exemplo? Ou chega chorando em casa
por conta de como se sentiu lá? Ir para o
trabalho que já foi um prazer virou tortura?
Se respondeu sim a essas questões, pode
ser que você esteja sofrendo desse mal e,
portanto, precisa se tratar. Só o médico
poderá fazer o diagnóstico correto e
prescrever o tratamento, incluindo aí o uso
de medicamentos, como antidepressivos,
ansiolíticos e estimulantes, sempre que
houver sintomas de humor depressivo,
ruminações, sentimentos de angústia,
desesperança, desconcentração, ansiedade,
insônia, alterações de apetite e peso.
Terapia também é parte fundamental para
o tratamento, assim como o afastamento
temporário do trabalho, até porque, na
maioria das vezes, só de pensar nele a
pessoa já entra em pânico. Cuidado! Fique
bem atenta aos sinais e não hesite em
buscar ajuda.

A mente da gente


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LUIZ SCOCCA
É psiquiatra com mais
de 20 anos de atendimento
em consultório próprio,
além da participação
em grupos de estudo,
congressos e projetos
sociais. Formado pela USP
e membro das associações
brasileira e americana
de psiquiatria: ABP e APA.

Burnout: a síndrome do


esgotamento profissional


“A síndrome consiste
em três grandes queixas:
exaustão, distanciamento
ou desinteresse pelo
trabalho e queda na
performance habitual. É
importante ficar atenta
aos sinais e procurar
ajuda profissional”

Pesquisa da
International Stress
Management
Association no
Brasil mostra que
72% dos brasileiros
economicamente
ativos têm altos
níveis de estresse,
sendo que 32%
desenvolvem
burnout. Os
números apontam
que 92% dos
profissionais com a
síndrome se sentem
incapacitados, mas
seguem trabalhando
por medo de
demissão.

Estresse
preocupante

Apoio profissional
é fundamental

A síndrome também
pode acontecer
quando o profissional
é pautado para
objetivos muito difíceis
ou situações em que
possa achar não ter
capacidade para
cumprir. Isso pode
levar a uma depressão
profunda e, por isso,
aos primeiros sinais,
é essencial procurar
apoio profissional.

Grupo Unico PDF Passe@diante

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