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Eu aperto os olhos fingindo que estou dormindo enquanto
espero a enfermeira da noite sair. Abro um olho e a vejo
apagando as luzes, seus traços desaparecendo na escuridão
enquanto eu prendo a respiração. No segundo em que a porta se
fecha atrás dela, eu entro em ação.
Eu chamo um Uber e acerto o ponto de encontro a uma
distância segura da entrada do hospital antes de passar minhas
pernas pelo lado da cama e me levantar, minha perna ruim quase
entrando em colapso com o peso.
Respirando fundo, eu me firmo, pego minhas muletas para
me apoiar e cambaleio até o armário. A mochila preta que minha
mãe trouxe está no fundo e eu pego um calção da Nike e uma
camiseta. Eu os visto o mais depressa que posso, o que não é
nada rápido, minha perna tem dificuldades de compreender a
urgência de toda essa operação.
Eu espio o corredor, olhando para os dois lados.
Nove da noite, logo depois que eles me examinam, a hora
perfeita para agir. O final do expediente também deixa vazio o
posto de enfermagem, o que é ideal para que eu possa mancar
do meu quarto até a saída sem ser pego.
Eu respiro aliviado quando as portas do hospital se fecham
atrás de mim, minha fuga quase completa.
Onde está meu Uber?
Eu foco na entrada do hospital com ansiedade, meus olhos
indo da estrada principal para a porta e voltando, rezando para