De tudo que fui, que julgava ainda ser
Em cada amor eterno, me reencontro
E cada ser, que julgava ser infindo
Mãos piedosas me tocam com amor
Curando, colando cacos, me refazendo
Cheguei sem corpo sou um ser etéreo
Não tenho vestes, formas, sou onírico
Muito de sonho, dores e pesadelos
Apenas um sopro de tudo o que fui
Ganho forma, nos olhos a cor da noite
Na alma constelações estelares cintilantes
No coração porções imensas de amor
E só então vestes celestiais translúcidas
As cores são tons de anil, lindos arco-íris
Tanto amor me preenche, ouço vozes
Tão suaves_ minha mãe, meu pai,
Minha avó, tias, tios, primas, meus amores
Me refaço no amor imortal, infinito
E me visto de céu, no azul mais lindo
Posso então voltar, pois o que significa
partidas? Somos eternos, tão infindos
Me visto de céu, fluídica, translúcida
Meus olhos ganham um novo brilho
Minha alma imortal refeita, quase cristalina
Meu coração repleto de amor, inunda!