Galileu - Edição 351

(JABSS2000) #1

Ointeresse dacomunidade científica na pesquisa de paisagens so-
noras cresceu em 2011, apósocientista norte-americano BryanC
Pijanowski defender estudos nesse sentido em umcongresso.“Ele
ressuscitou aideia do Krause,passando aver osom como uma
questão mais holística, um intermediador de relações, de canais
específicos de comunicação”, conta Renata Sousa-Lima, professo-
ra da UniversidadeFederal doRioGrande doNorte(UFRN)ecoor-
denadoradoLaboratório de Bioacústica doCentrodeBiociências
(LaB) da UFRN.“As pessoas começaram aprestar aatenção no
ambientecomo um todoecomo osom emanado da natureza traz
informações sobreobiomaeapaisagem, dependendo da escala.”


Umadas pioneiras noBrasil,abióloga-zoólogaestuda bioacústica
desde adécada de 1980,quando analisou ainfluência dos ruídos
de barcosembaleias-jubarte ebaleias-francas austrais. Sousa-li-
ma ainda estudou os sons dos aerogeradores de energia elétrica na
paisagem sonoradaCaatinga, as vocalizações de lobos-guarána
SerradaCanastra(MG) eaté osom dasformigas. “E, hoje em dia,
commeus colaboradores, estamos explorando similaridades de
várias paisagens acústicas, diferentemente da maioria do pessoal
que busca as diferenças do soundscape ”, dizabióloga. Seu labora-
tóriocompleta dez anos em 2021,comolançamento doEcoacustic
Research Hub(Ear), um espaçovirtual de troca de informações e
bancos de dados sonoros entrepesquisadores doBrasiledoexte-
rior.“Eu gosto de ser casamenteira”,brincaRenata.

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