I FICAR MENTO
) E CONHECER O
I PRÓPRIO CORPO
Decifrar os sinais que o organismo
dá nos ajuda a prevenir problemas
hoje e lá na frente. E, na pesquisa,
■
seis em cada dez entrevistados se
dizem mais atentos ao próprio corpo.
A Covid-19 deixou claro, e a duras
penas, que reconhecer os sintomas
é o primeiro passo antes de tomar
qualquer decisão diante de uma
I doença-inclusive ir ao hospital.
- Nesse sentido, o medo de sair de casa
e se contaminar reduziu a procura por
■ centros de saúde, algo compensado,
j em parte, pela adesão das pessoas à
I telemedicina e à orientação remota.
- Até porque nem sempre é preciso
i voar ao pronto-socorro e se expor ou
i tomar o lugar de alguém que requer
: realmente atendimento. "Quando
I seguimos os pilares do autocuidado
; de forma disciplinada e consistente,
I diminuímos a necessidade de
í utilização do sistema de saúde,
í evitamos consultas desnecessárias
e contribuímos com a produtividade
i geral e a sustentabilidade do setor”,
j argumenta Cesar Bentim, fundador
i da startup Artegist Healthcare e
i consultor do estudo. É evidente que
: situações como falta de are dor
: no peito merecem uma corrida ao
í hospital - e não só pela Covid-19.
i Mas o ponto é que, fora dessas
emergências, uma consulta médica
í a distância pode esclarecer quem, de
1 fato, precisa se deslocar até lá.
VEJA SAÚDE SETEMBRO 2020
I USARREMEDIOS
j DEFORMA
| RESPONSÁVEL
O amadurecimento de uma postura
mais ativa e ponderada em relação
ã saúde parece se refletir no uso
de medicamentos isentos de
prescrição, os MIPs. “Tomar remédio
por conta própria deve ser uma
prática responsável pautada por
orientação e educação, a fim de
que o indivíduo conheça seu corpo
: e faça escolhas eficazes e seguras”,
j diz Marli Sileci, vice-presidente
executiva da Abimip. Ela ressalta
■ que esses produtos devem ser
; usados diante de males menores,
' já conhecidos ou diagnosticados,
í e após tirarmos as dúvidas na
I bula ou como farmacêutico-se
i os sintomas persistirem, é hora
j de procurar o médico. Mas cabe
diferenciar automedicação de
: autoprescrição, confusão detectada
I na pesquisa. "A automedicação
responsável consiste na utilização
I dos MIPs, fãrmacos com baixa
\ toxicidade, caso de analgésicos,
í antitérmicos e antiespasmódicos”,
explica o toxicologista Sérgio Graff,
í diretor da Toxiclin, em São Paulo.
: A autoprescrição envolve o uso de
: remédios que exigem receita e,
: infelizmente, às vezes são adquiridos
\ mesmo sem o pedido médico
í (entram aqui anti-inflamatórios,
í anti-hipertensivos, antibióticos...).
i "Essa é uma atitude que pode trazer
1 uma série de riscos”, alerta Graff.
! INFORMAR-SE E
I ATUALIZAR-SF
| SOBRE SAÚDE
j A pesquisa “Autocuidado em
j Tempos de Pandemia" constata: os
í brasileiros passaram a se preocupar
j com a fonte da informação e a
í disseminação das notícias falsas.
Quase nove em cada dez afirmam
que serão mais criteriosos com
I os conteúdos de saúde e 75%
i já se conscientizaram sobre o
í perigo das takenews. Apesar de a
í maioria se informar pela TV, são
| considerados mais confiáveis os
í sites especializados em saúde e as
í opiniões dos profissionais da ãrea.
I “Mas continua sendo problemática
i a busca por remédios milagrosos ou
í aqueles indicados por um vizinho ou
í mencionados na internet”, pondera
í Graff. “Com a Covid-19, não é raro
i pessoas sem nenhum sintoma e sem
í orientação se medicarem baseadas
i em relatos de redes sociais”,
í lamenta. Segundo o médico, isso
I reforça a necessidade de investir em
; campanhas sem viés ou ideologia
í que eduquem a população de forma
í consistente. Embora não existam
í saídas fáceis para o ecossistema das
i fake news, os especialistas acreditam
í que só mobilizando todos os setores
í da sociedade conseguiremos
í sobrepujar as pseudonotícias
i com conteúdos sérios e baseados
í em ciência. E é através deles que
í podemos transformar o autocuidado
i numa nova rotina. •