JáosRegionalismosdeliciaram-
se, pois mesmo que a beleza da
rainha tivesse sido enaltecida, o
Príncipe dos Poetas Brasileiros
atrevia-seachamá-ladeignorante.
E como a celeuma
permanecesse, alternativa não teve
OlavoBilacsenãoadeexplicaroque
pretendera.
Começoudizendoqueapalavra
“inculta”referia-seaolatimvulgar,ao
falado pelos soldados, pelos
camponeses, pelo povo em geral.
Diferia,portanto,dolatimclássico, o
empregado pelas classes mais
esclarecidas.
Noentanto, fosse utilizadapor
estas, fosse dita por aqueles, o que
importava, em verdade, era que a
língua portuguesa continuava a ser
bela!
E terminava perguntado quem
aproveitaria uma guerra se a parte
maisprejudicadaseriasempreaFlor
doLácio?
Comocaíssem emsi,firmaram
umarmistício.
E desde aquela época,
Regionalismos e Norma Culta
convivem em harmonia,
contribuindo,cadaumàsuamaneira,
para que anossa Flor torne-secada
diamaisviçosa.
LÍNGUA PORTUGUESA
SONETO DE OLAVO BILAC
Última flor do Lácio, inculta e bela,És, a um tempo, esplendor e sepultura:Ouro nativo, que na ganga impuraA bruta mina entre os cascalhos vela...Amo-te assim, desconhecida e obscura.Tuba de alto clangor, lira singela,Que tens o trom e o silvo da procela,E o arrolo da saudade e da ternura!Amo o teu viço agreste e o teu aromaDe virgens selvas e de oceano largo!Amo-te, ó rude e doloroso idioma,Em que da voz materna ouvi: "meu filho!",E em que Camões chorou, no exílio amargo,O gênio sem ventura e o amor sem brilho!!