Quantas questões poderiam ser levantadas se
fôssemos meditar sobre esse fato que, no mínimo, pode
ser classificado como inimaginável! Pois àquelas e a
muitas outras conjecturas a morte se entregou. E como
não chegasse a nenhuma resposta que a satisfizesse,
deixava-se cair na sarjeta, combalida e sem perspectivas.
Por um bom tempo ficou a morte estirada,
atrapalhando o curso da água e represando os dejetos
por ela carreados.
Em um determinado momento, porém, um fato
devolveu-a à realidade:
- O quê?!... – Era um cão que lambia sua face.
- Ah, só mesmo um animal, puro por natureza, é que
se apiedaria de mim nesta antevéspera do desterro.
E ao acariciar o pescoço do cachorro, a morte acabou
descobrindo uma coleira por entre os bastos pelos.
- Então você tem dono?...
Procurando a plaqueta que o revelaria, deparou-se
com um continente cilíndrico, em que uma das
extremidades era fechada a rosca. A curiosidade falou
mais alto e a morte passou a girar a tampinha. Com certa
dificuldade, retirou de dentro um pedaço de papel muito
bem enrolado. - Ora, ora... O que temos aqui?...