era a vibração dos que perdiam além da conta, pois isso
aumentava a sua salivação e o batimento cardíaco.
A morte se pôs a andar. E admirava um, e espreitava
outro... Mas para sua surpresa, todos os que ali se
encontravam não poderiam ser por ela tocados. As datas
de suas partidas ainda custariam a chegar. E balbuciou
contrariada:
- Oh, vida...
Então, uma senhora de setenta e dois anos aparecia
no salão. Caminhava apoiada em andador, arfava, tossia
e se via “amarrada” a um cateter nasal, ligado a um
cilindro de oxigênio portátil, e puxado por uma
enfermeira hamburguesa. - Enfim, chegou a minha vez! – E batia na madeira,
arrependendo-se do que acabava de dizer.
Auscultando aquela senhora, notou não só que seu
coração ia de mal a pior, como também que, se algum dia
tivera pulmões, o cigarro já os tinha enterrado. Consultou
novamente sua ampulheta e verificou que faltava muito
pouco para que ela fosse tocada. E dela se aproximou
com um sorriso todo seu.
Mas quando a sua unha de gavião estava a menos de
dez centímetros daquele peito carcomido, a morte
estacou. – O episódio com Sísifo voltava à sua mente. E
dele apreendia a desforra perfeita...
E ela sorria, abaixava o braço, e, contemplando o