LONGA DURAÇÃO | DESMONTE DO PRIUS
P
rimeiro híbrido a encarar o teste
de Longa Duração, o Prius estreou
com uma dupla missão. A primei-
ra, de mostrar como é ter, dirigir, man-
ter e, após 60.000 km, ver no desmonte
se ele aguenta o tranco. A segunda tare-
fa, como dissemos na estreia, em feve-
reiro de 2018, era antecipar como seria
o Corolla 2020, uma vez que o Prius
emprestará a ele a plataforma TNGA e o
conjunto mecânico – as vendas da nova
geração do best-seller da Toyota come-
çam nos próximos meses, já com motor
flex. A partir de agora, a gente lembra
como parte das dúvidas foi respondida
ao longo dos 19 meses do teste e conta
tudo o que encontrou no desmonte.
Fazia tempo que um estreante
no Longa Duração não causava tan-
ta curiosidade na equipe. Mas, ao
mesmo tempo, antecipávamos uma
certa monotonia no convívio com a
rede Toyota, a exemplo do que viven-
ciamos no atendimento ao Corolla
(desmontado em 2016) e ao Etios (em
2014) – de tão bom, pouco tivemos
para relatar. Ledo engano. O primeiro
problema surgiu antes mesmo da es-
treia, quando, por uma divergência de
prazos, desfizemos a compra de um
Prius na cor prata com a Caltabiano.
O vendedor, tão cordial nos contatos
iniciais, passou a nos atender com
desinteresse – tanto que a devolução
do valor transferido só se concretizou
duas semanas após o negócio ter sido
desfeito. Dinheiro devolvido, fecha-
mos negócio na Grand Motors. O pre-
ço foi o mesmo que a Caltabiano ha-
via cobrado, R$ 120.000, mas na cor
preta. Na véspera da retirada, fizemos
uma visita surpresa e lá estava o Prius
preto – que já era nosso – exposto
no showroom da Grand Motors, com
placa de preço e portas abertas para
quem quisesse entrar. No dia seguin-
te, quando fomos pegar o carro, o re-
sultado da ousadia: um risco no capô.
Como era superficial, declinamos da
oferta de polimento e fomos embora.
Nunca é demais lembrar: todo
o processo de Longa Duração, da
compra do carro à última revisão em
concessionária, é feito de maneira
anônima, sem nunca nos identifi-
carmos como QUATRO RODAS.
Além de falhas no atendimento
ao cliente, a rede autorizada Toyota
mostrou que segue em dívida quando
o assunto é rodízio de pneus. Apesar
O BLOCO PEDE PASSAGEM
Se a desmontagem do cabeçote revelou válvulas de admissão
com concentração de carvão em nível acima do esperado,
o bloco passou ileso. Nas paredes dos cilindros, nenhum
sinal de risco ou ranhuras que denunciassem eventuais
desprendimentos de carvão. Na cabeça dos pistões, presença de
material carbonizado compatível com os 60.000 km já rodados.
MEDIDA CERTA
Todas as medições de cilindro (conicidade e ovalização),
pistões (diâmetro, folga e entre-pontas de anéis) e
virabrequim (munhões, moentes, bronzinas de mancais
e bielas, meia-lua e folga axial) indicaram um reduzido
nível de desgaste dos componentes, todos com resultados
dimensionais dentro dos limites tolerados pela Toyota.
FOTOS RENATO ZIMMERMANN
dimensionaisdentro doslimites toleradospelaTTToyota.
antfer
(Antfer)
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