REVISTA VOX - ABRIL 2021

(VOX) #1
ma arte que é jogo. Um jogo
que é luta.
Chegou a ser proibido por
um período. Depois passou a
ser reconhecido como esporte
brasileiro. Estamos falando
da capoeira, trazida ao Brasil
por escravos. Assim nasceu a cultura de origem
afro-brasileira. Mais do que um esporte, ela pode
ser vista como uma atividade capaz de trazer
agilidade e equilíbrio. A combinação de tantos
movimentos e acrobacias no ritmo da música fa-
zem dela um atrativo que outras atividades não
têm. Mas como definir a capoeira? Existe uma
única expressão para essa cultura?
Para o luceliense Gilmar Souza dos Santos,
de 33 anos, a capoeira é sua vida. Ele explica que
a arte trabalha a parte física, moral e intelectual
do praticante. Por isso a capoeira foi para muitas
salas de aula e projetos sociais, com o objetivo de
levar ao conhecimento de jovens a sua história
e fortalecer sua importância na formação de
cidadãos.
Gilmar ou o mestre “Lobisomem”, como é
chamado na roda, conheceu o esporte em 1998,
quando o mestre Caculé ensinava a arte na praça
da Igreja Matriz Sagrada Família, em Lucélia.
“Comecei a praticá-la um pouco mais tarde, em
agosto de 1999, no Clube da Afucal, com 12 anos
de idade, desde então nunca parei”, relembra
Gilmar.
Ele já era praticante da capoeira quando
sofreu perdas difíceis. A cultura estava ali para
dar força. “É meu alicerce. Foi a capoeira que me
manteve em pé, me ajudou a superar minhas
maiores perdas da vida: primeiro minha mãe

A CAPOEIRA


DE GILMAR


por DRIELI BIAZOM | fotos GUSTAVO CASTELLON

Misto de luta e esporte,
a capoeira conquistou
muitos praticantes por
todo o Brasil. Gilmar dos
Santos, luceliense e
mestre capoeirista que
teve a vida transformada
através desta arte, conta
à VOX sua trajetória e as
fronteiras vencidas com a
capoeira.

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