quando eu tinha 18 anos, depois perdi meu pai.
O amor e a paixão pela capoeira me fizeram
forte”, conta.
Em 2006, ele ministrou aulas em uma ONG
em São Paulo e por meio da organização, tam-
bém ensinou nas Escolas EMEI e CEU - Centro
Educacional Unificado em Aricanduva. Em
2010, quando voltou para o interior, ministrou
aulas no Projeto Raio de Sol de Flórida Paulista.
“Hoje não dou mais aulas, mas sempre sou con-
vidado para estar nos projetos da região como o
Projeto Renascer de Pracinha e Raios de Sol de
Mariápolis, além da Fundação Casa de Irapuru”.
Atualmente, Gilmar trabalha como vigilante
e nas horas vagas atende a convites de unidades
escolares e sociais, e apresenta a capoeira como
arte para pessoas de diversas idades.
O esporte, de maneira geral, sempre foi
considerado como um agente transformador e
com a capoeira isso não é diferente. “A capoeira o
transforma por inteiro, tira o cidadão da mar-
ginalidade e das drogas, dando-lhe condições e
estudo, desenvolvendo a didática e a formação
cultural”, reforça Gilmar.
Se por um lado a capoeira mudou a vida do
mestre, por outro ele também ajudou a transfor-
mar histórias de muitos jovens.
“Já vi muitas vidas salvas pela capoeira e
estou vivenciando mais um resgate, um jovem
que estava há 12 anos perdido nas drogas, sem
perspectiva de vida. Há cerca de três anos a famí-
lia recorreu ao tratamento em casa e um mestre
capoeirista amigo da família foi conversar com
os pais para ajudar no tratamento inserindo o
esporte na vida do rapaz. O jovem voltou a tra-
balhar e está novamente inserido na sociedade.
Sua mudança de vida foi impressionante, ele e
seus pais são gratos pela forma como a capoeira
contribuiu em trazê-lo de volta ao meio familiar
e social”.PELO MUNDO
Foi através da capoeira que Gilmar foi além
das fronteiras de sua cidade, estado e país. O
mestre já esteve em sete países levando a cultura
da capoeira. Nem ele imaginaria ir tão longe. “A118 REVISTAVOX.COM | ABRIL 2021